Missão China - 2/20

20:39 Juh 0 Comments





#7:30 da manhã, Casa dos Zabini#

Blaise e Luna estavam na cozinha, lendo jornal enquanto tomavam o café da manhã.


Apenas três dias tinham passado desde que eles receberam o caso dos empresários assassinados. Apesar de conhecerem a identidade do assassino (Miho Hiragizawa), não sabiam seu paradeiro ou quem era o mandante dos crimes.


Blaise fechou o jornal bruscamente, assustando a esposa.


-O que foi, Blaise?


-Rita Skeeter destilando seu veneno contra o departamento de segurança. Políticas ineficientes, investigadores e aurores incapazes... O mesmo blá, blá, blá de sempre.


-E foi isso que te deixou assim? Sabe que a Skeeter sempre ataca o Ministério.


-Não, não é só isso.


-Então o que é? – perguntou Luna, preocupada. – Blaise, você não está bem. Não dorme direito, tá sempre tenso como se esperasse que algo terrível fosse acontecer!


-É a missão, Luna. Tô com um mau pressentimento.


-Amor, esse não é o seu primeiro grande caso. Nem o primeiro no qual nós dois trabalhamos juntos! Não há motivos pra preocupação. – disse a loura, carinhosa, segurando as mãos dele.


-Ji-Tsu Chang tinha conexões no mundo inteiro. Quem tomou o lugar dele também deve ter, não acha? – Blaise fez uma pausa, levantou e começou a caminhar pela cozinha, nervoso – Essa não é como as outras missões, Loony! Duvido que a gente fique no quintal de casa por muito tempo. Vamos ter que entrar na casa do inimigo. E isso pode ser fatal.


-Tem medo de que – Luna hesitou em dizer ‘eu’, então optou por: – alguém morra? É isso?


-É bem provável que o mandante dos crimes dos crimes seja da família Chang. Ele não vai se arriscar a ficar passeando por Londres com aurores e policiais atrás dele. Ele vai pra casa, onde estará muito bem protegido.


-Não se precipite, Blaise. Ainda não temos nada concreto nesse caso! – ela levantou, se aproximou dele e o abraçou. Quando olhou em seus olhos, viu medo – Você não vai me perder. Eu prometo.


Blaise sorriu. Luna era mesmo uma mulher muito especial. Os dois começaram a namorar ainda em Hogwarts, no último ano dele e penúltimo dela. Por ficar com um sonserino, ela fora hostilizada pelos colegas da própria casa. Mas ainda assim, não desistira dele e dois anos após a sua formatura (Luna tinha 19 anos e Blaise, 20) eles se casaram. A cerimônia fora linda, nem mesmo os comentários mais invejosos ofuscaram a felicidade dos noivos. Muita gente achou que o casamento não duraria (pelo fato dos dois serem muito jovens) e outros lançaram insinuações maldosas sobre a pressa para casarem-se, depois de um tempo relativamente curto de namoro. Mas, contrariando todas as previsões negativas, o casamento já durara 5 anos e os dois eram muito apaixonados.


Blaise acariciou o rosto da esposa e disse:


-Eu tenho muita sorte em ter você comigo. – Luna sorriu e o beijou suavemente. Ele “reclamou” – Que beijo mixuruca.


-Sabe muito bem o que acontece quando nos empolgamos, então é melhor pararmos por aqui.


-Tem certeza? – provocou Blaise, abraçando-a com mais força e aparatando no quarto do casal, onde venceu a pouca resistência dela com beijos.


-Está trapaceando, Blaise Zabini.


-Amor, sabe que eu só jogo pra ganhar. 


-É, eu sei... – Luna correu até a cama e subiu. De pé, chamou-o, provocante. Sorrindo, ele se aproximou rapidamente, e eles se beijaram com uma paixão que os acendeu ainda mais. E, claro, só saíram do quarto muitas horas mais tarde.


#9 da manhã, Apartamento de Gina Weasley#

O telefone tocava, estridente. Gina ouvia o som do corredor do prédio. Abriu rapidamente a porta e atendeu o aparelho. Era sua mãe.


-Oi mamãe. Perdeu o medo do telefone? 


-Seu pai me convenceu. – respondeu Molly. Ela realmente hesitara muito em usar o aparelho, mas como Gina se mudara para um prédio no centro de Londres, ela tivera que ceder, ou a intensa presença de corujas no apartamento da filha seria vista com suspeita pelos vizinhos. – Você estava dormindo? O telefone chamou várias vezes.


-É que eu fui à padaria. – inventou Gina. A verdade é que passara a noite fora, em ótima companhia, e acabara de chegar.


-Ah. Eu liguei pra chamar você para o almoço, amanhã.


-Ih, mãe, acho que não vai dar. Eu acabei de ser designada pra um caso importante, tô atolada de trabalho. – respondeu a moça, triste.


-Sério? Puxa, é tão difícil reunir a família toda...


-Sinto muito, mãe. Se eu pudesse, claro que eu ia.


-Tudo bem, querida, eu entendo. Você tem se alimentado bem?


-Claro, você me ensinou a cozinhar, esqueceu?


-É mesmo. E você aprendeu muito bem. – disse Molly, rindo. – Bom, vou desligar, querida. Um beijo.


-Outro, mãe. Tchau.


Gina desligou o telefone e foi tomar um banho. Tinha que estar às 10:30 numa prisão trouxa, para interrogar um antigo parceiro de Miho Hiragizawa. Qualquer informação sobre o paradeiro dela ou a identidade de quem encomendara os crimes seria muito útil.


Saiu do banheiro já vestida para o compromisso. Usava um terninho preto com camisa de seda branca. Simples e muito elegante. Pegou a varinha e tratou de arrumar a casa. Essa era uma das grandes vantagens de ser bruxo: com alguns feitiços simples, a casa estava arrumada em apenas 10 minutos.


Verificou o relógio: 9:45 da manhã, hora de sair. Pegou a bolsa e quando trancava a porta do apartamento, o celular tocou.


-Alô?


-Oi ruivinha. Chegou bem em casa? – perguntou uma voz arrastada do outro lado da linha.


-Oi Draco. Cheguei, sim. E já tô saindo.


-Tá indo aonde?

-Instituição de Correção Penal Edward IV. – informou Gina, lendo o nome em um dos documentos que levava.


-Você vai a um presídio sozinha?! Nem pensar!


-Draco, conversar com o ex-parceiro da Miho pode ser essencial pra investigação.


-Você vai de carro, né? Vou te esperar na garagem do seu prédio.


-Quê? – mas Draco já desligara o telefone.


Ao chegar ao sub-solo, Gina caminhou rapidamente até seu carro. Não gostava de garagens, eram sempre escuras e desertas, parecia o cenário perfeito para acontecer alguma cena de filme de terror. Avistou seu carro, um conversível vermelho, e ao lado dele estava ninguém menos que Draco Malfoy.


-Como entrou aqui?


-Aparatei.

-E ninguém te viu?


-Virgínia, nenhum trouxa vai me ver se eu não quiser que veja.


Gina abriu a porta e entrou no carro. Draco ocupou o banco de passageiro.


-Desse jeito vou me cansar de você. – brincou a ruiva – Passamos a noite juntos e agora vamos passar a manhã juntos...


-Finge que não gosta de mim e eu finjo que acredito.


-Presunçoso. – ela ligou o carro – Põe o cinto.


-Você sabe mesmo guiar esse negócio? – perguntou o loiro, apreensivo.


-Claro. – respondeu Gina, assustando Draco quando cantou os pneus para fora da garagem.


#10:35 Instituição de Correção Penal Edward IV#

-Então, Sr. Darcy, o senhor concorda em responder algumas perguntas?


-Concordo. Qualquer coisa pra ver a Hiragizawa na cadeia.


Daniel Darcy, antigo parceiro de trabalho de Miho estava preso há três anos. Fora apanhado numa emboscada, onde perdera uma das mãos.


-O senhor tem alguma informação sobre o paradeiro dela?


-Não. Mas eu acho que sei o que ela anda fazendo.


-Então diga-nos.


Daniel respirou fundo e começou a contar:


-Trabalhávamos como free-lancers. Alguém nos procurava, dizia quem era o alvo, pagava e fazíamos o serviço. Rápido, sem complicações. Mas um dia, eu a ouvi ao telefone. Era uma conversa bem estranha... Dava a entender que Miho não era mais um ‘lobo-solitário’. Ela era parte de uma equipe.


-Equipe de quê? – perguntou Draco, temeroso da resposta.


-De assassinos, ora. E não é uma coisinha pequena. Chama-se Tentáculo e é uma organização mundial.


-Meu Deus! – exclamou Gina. 


Darcy avaliou bem as expressões de Draco e Gina e disse:


-Se querem deter a Miho, descubram pra quem ela trabalha. O Tentáculo não é um bando de assassinos loucos matando indiscriminadamente. Eles obedecem ordens e o “patrão” deles, seja quem for, tem olhos e ouvidos no mundo inteiro. – ele fez uma pausa e assumiu uma expressão desanimada – Isso é tudo que eu sei.


-Sr. Darcy, pode nos contar como perdeu sua mão? – perguntou Draco.


-Uma emboscada. Miho e eu fomos contratados para eliminar uns figurões. Ao chegarmos ao local, surpresa! Não havia ninguém. Mas, de repente, surgiram policiais armados de todos os lados. Tentamos fugir, eu fui baleado na perna, mas ainda consegui correr por uns metros. Estávamos no 5º andar do prédio e a Miho correu pra uma janela. Caí no chão e pedi ajuda. Minha perna sangrava tanto que achei que fosse morrer. Eu estendi a mão na direção dela, mas ela só me olhou e disse “está me atrasando”, e me cortou com a espada. Acho que a real intenção dela era me atingir no pescoço, mas por sorte eu estava longe. Ela saiu pela janela e foi a última vez que a vi.


-Ela fugiu por uma janela do 5º andar? – perguntou Draco descrente.


-Sim, mas não precisa ficar impressionado. Já ouvi muita gente, inclusive aqui dentro, falando da Hiragizawa como se ela fosse uma entidade sobrenatural. Mas ela é tão humana como eu ou vocês. A agilidade, força e precisão vêm de muito treinamento e disciplina. Acreditem em mim, Miho não é – baixou a voz – como vocês. 


-O que quer dizer?


-Não se preocupem, eu mantenho a discrição, tenho parentes brux... ou melhor, diferentes. Sei como as coisas são.


-E pode nos garantir que Miho não é como nós?


-Absolutamente. Como eu já disse, o que ela faz é resultado de muita disciplina, ela treina artes marciais desde criança. Some-se a isso uma sociopatia em alto grau e uma excelente espada e temos Miho Hiragizawa.


-Bom, Sr. Darcy, agradecemos sua colaboração. – disse Gina, fazendo sinal a um policial que estava fora da sala de interrogatório.


-Só mais uma coisinha: não pensem que suas varinhas podem protegê-los. Eu já vi a Miho enfrentar um de vocês. O homem não teve tempo sequer de dizer um feitiço e a cabeça dele já estava no chão. Tomem cuidado. – cochichou Darcy, antes de adiantar-se até o policial e ser levado de volta para sua cela.
Draco e Gina saíram do presídio sob o impacto de todas aquelas notícias. Voltaram à Londres, direto para o Ministério, para fazer os relatórios referentes ao interrogatório. 

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