Missão China - 13/20
~*Embaixada Britânica na China, ala do MM*~
-Vocês ouviram o que disse?? O que será que ele fez?
-Isso me parece muito óbvio, Wilckis. – disse Jack Bolton, com sua voz grave – King plantou uma bomba no palácio. Talvez mais de uma.
-Eu sei tudo de bombas. Treinei com uma das melhores equipes de polícia trouxa, a SWAT. Posso desarmar qualquer coisa. – disse Vivika Hamilton, namorada de Jack e especialista em artefatos destrutivos trouxas.
-Sabemos, cunhadinha. Mas o que está em jogo é maior que uma explosão. – ponderou Johnny Bolton – Além de nos preocuparmos com isso, temos guardas semi-bruxos e uma assassina profissional.
-Vamos definir as equipes de invasão. – disse Brianna – Bolton’s, tirei vocês da reserva porque eram os melhores. E acredito que ainda sejam.
-Assim você nos encabula. – brincou Johnny.
-Jack, - continuou Brianna, sem ligar para a interrupção – a sua equipe e a minha vão entrar primeiro. Depois que neutralizarmos os suspeitos, Vivika fará uma busca para localizar e desarmar as bombas. – os oficiais concordaram com a cabeça – Chefe, sua equipe vai isolar magicamente o perímetro, feitiços anti-aparatação e anti-chave de portal.
-E nós? – perguntou Harry, entrando no escritório onde os outros se encontravam – Vai nos deixar de fora?
-As ordens do médico foram muito claras, senhores. Repouso. – respondeu Quim.
-Bobagem. – disse Draco – Estamos bem. E queremos voltar!
-Isso seria bom. – ponderou Brianna – Eles conhecem o palácio melhor que nós. Podem nos guiar.
-Mas eu devo vetar a participação da sra. Zabini nessa operação. – disse o chefe.
Luna indignou-se.
-E porquê? Passei pelos mesmos perigos que os outros, tenho plena capacidade de...
-Investigadora, - começou Quim – devo lembrá-la que não passou por treinamento tático. Não está qualificada para entrar no palácio. – Luna ia retrucar, mas... – A sua ajuda seria bem-vinda guiando os demais agentes pelo Palácio através dos comunicadores.
-Está bem. Se é tudo que eu posso fazer...
-Não desmereça seu trabalho. Somos uma equipe, todos têm que estar funcionando perfeitamente. – disse Brianna, retomando seu trabalho de organizar a invasão.
Luna guiaria todos, pois tinha acesso às plantas da casa e aos diagramas dos sistemas de segurança.
Saíram da embaixada em furgões pretos, que não chamavam muita atenção e se dirigiram ao Palácio do Sol. O relógio marcava 6:50. De acordo com as palavras de King, poderiam estar mortos em 1 hora e 40 minutos.
~*Palácio do Sol*~
-Ok, deixem-me ver se entendi. – disse Cho, irônica – King fugiu, mas antes teve um ataque de madre Teresa e soltou os reféns. É isso?
-Pelo menos, não levaram as esferas. – disse Miho, voltando do cofre onde as mesmas eram guardadas.
-Se tivessem tentado, o alarme disparava. – ponderou Li – Não acredito que o desgraçado do Darcy nos traiu assim.
-O que é isso aí? – perguntou Miho, após alguns minutos. Ela apontava para uma fita de vídeo sobre a mesa.
Cho leu a etiqueta:
-“Com os cumprimentos de seu amigo Hannibal King”. Mais surpresas?
-Vamos ver. – disse Li, colocando a fita no vídeo cassete.
Alguns segundos e o rosto sorridente de King apareceu na tela. Pela posição da filmagem, eles segurava a câmera com o braço esticado.
“-Olá, amigos! Se estão vendo esse vídeo, fiquem felizes por mim, porque isso quer dizer que eu consegui escapar e deixei vocês com caras de idiota!! Vocês devem estar curiosos pra saber porque eu libertei os reféns, não? A razão é simples: magia não é brincadeira e eu cansei de ver vocês mexendo com o que não podem controlar. Então eu libertei os agentes bruxos pra que eles pudessem efetuar as prisões...”
-Desgraçado.
“-Aposto que estão me xingando agora. Mas isso não adianta nada! Estão vendo esse prédio atrás de mim?” – a câmera mostrou um belo edifício – “É a Embaixada Britânica. Denunciei vocês e, a essa altura todos os policiais bruxos e trouxas devem estar a caminho do palácio. Mas não se preocupem se eles não chegarem.” – Darcy teve um pequeno ataque de risos – “Às 8 e meia, tudo vai acabar mesmo. Mantenham seus olhinhos puxados no relógio da parede do escritório: quando o ponteiros das horas apontar para o 8 e o dos minutos apontar para o 5, o Palácio do Sol vai pelos ares. Assim como todos que estiverem dentro dele... Não me odeiem por não estar com vocês, mas eu não nasci pra viver num cadeia e muito menos pra morrer desse jeito bobo, sem ninguém saber.” – ele fez uma pausa – “Bem, é hora do adeus. E, no caso de vocês, é adeus pra sempre!” – ele beijou a câmera, acenou e a desligou.
-Maldito traidor! Pôs bombas na casa! – disse Miho, olhando para o relógio. Eram 7:05 – Temos menos de 1 hora e meia.
-Vamos mandar os guardas procurarem. – disse Cho – Li, vamos esvaziar o cofre. Temos que proteger nosso investimento.
-Eu encontro Ryu, Chow e Choji.
Os três saíram apressadamente do escritório, avisando aos guardas sobre o que estava acontecendo. Os outros empregados, assustados, trataram de sair da casa, furtivamente.
~*Arredores do Palácio, 7:20*~
-Atenção, preparem-se para entrar em 3... 2... 1... VÃO! – disse Brianna pelo comunicador a todos.
Foi como uma cena de filme de ação: policiais vestindo roupas pretas chegaram por todos os lados, cercando o palácio. Muitos escalaram os muros, outros invadiram pelo portão da frente (que foi arrancado quando um dos furgões investiu contra ele). Em minutos, a casa estava totalmente cercada. Os empregados eram rendidos assim que saíam.
Um raio colorido saiu de uma das janelas, quebrando-a, e acertou um dos policiais. Este foi imediatamente nocauteado.
-Estão usando magia! Isolamento, agora!! – gritou Quim. Ele e alguns outros fizeram um escudo no palácio. Ninguém poderia aparatar ou usar chave de portal. Se fosse necessário (e eles imaginavam que seria) aumentariam a força do feitiço, e ninguém usaria magia dentro do escudo.
-Aurores, entrem! – disse Luna, acompanhando o movimento no interior da casa por binóculos que se assemelhavam aos que eram usados para visão noturna, mas que detectavam níveis de magia – Estou vendo um aumento repentino de força em três indivíduos no 1º andar da casa. Ouviram?
-Alto e claro, amor. - respondeu Blaise, sinalizando com uma das mãos para os outros bruxos.
Entraram com as varinhas em posição, rendendo os criados e mandando-os sair. Lançaram um ou dois feitiços estuporantes nos mais resistentes e continuaram avançando.
Ao chegarem aos pés da escada, se separaram: Vivika e Jack subiram para revistar o escritório, Johnny foi com os outros para os fundos da casa. Viraram diversos corredores, os mesmos que os aurores tinham passado com King durante a “fuga”. Estavam chegando à parte mais oculta da casa, onde ficavam o cofre e a sala de conferências. Ao passarem pela frente da sala de treinamento, Pansy, que estava no fim da formação viu alguém sair furtivamente do lugar. Ao reconhecer quem era, resolveu seguir sem avisar aos outros. Aquele era um assunto que tinha que resolver sozinha.
-Parada! – disse, em voz firme, empunhando a varinha – Vire-se devagar.
-Já não passamos por isso, ontem, no hotel? Acho que se lembra de como terminou.
-Miho Hiragizawa, você é procurada em diversos países por múltiplos homicídios, formação de quadrilha e...
-Ai, corta esse blá, blá, blá. Você veio atrás de mim pra me prender ou pra se vingar? – provocou a japonesa, movendo a mão sutilmente em direção à bainha da espada.
-Não vim me vingar de você.
-Tem certeza? Eu acabei com você duas vezes... Posso fazer de novo, se quiser... Eu não me canso.
-Renda-se pacificamente.
-Vai sonhando. – Miho atirou uma shuriken em Pansy que só não acertou seu rosto porque ela se desviou na hora certa. A morena chegou a ver o artefato passar a poucos centímetros de seu rosto.
“Isso vai terminar agora”, pensaram as duas mulheres, avançando uma contra a outra.
~*~
Poucos metros à frente, eles se depararam com os três guardas “mágicos” da outra noite. Atrás deles, Cho e Li corriam para uma saída. Olhando com mais calma, perceberam que aqueles três eram homens bem fortes, do tipo que não precisa de magia pra derrubar alguém.
-Gina e Johnny, vão atrás dos irmãos Chang. – disse Draco.
-Ih, o cara tá se achando... – respondeu o agente, mais pra si mesmo. Gina o encarou como quem diz “é melhor não discutir”, e os dois foram procurar outro caminho.
-Se esses dois tiverem a sorte de não encontrarem a Hiragizawa no caminho, o Li mesmo acaba com eles. – disse Ryu, cujo rosto estava gravado na mente de Draco, pois fora ele que atirara Gina na parede.
A menção de Miho chamou a atenção de Harry para o fato de Pansy não estar ali. Lembrou-se do que acontecera no dia anterior, quando foram capturados no hotel e desejou que a morena se mantivesse calma o bastante pra não fazer justiça com as próprias mãos.
~*~
-Algum sinal de alguma bomba? – perguntou Jack.
-Tô rastreando, calma. – respondeu Vivika, com um aparelhinho nas mãos que emitia ‘bips’ cada vez mais constantes – Achei.
Ela se abaixou em frente a um pequeno armário, junto a uma parede e abriu lentamente a porta.
-O que temos aí?
-Filho da p*%@!! Ele montou um circuito integrado!
-Olha a boca! – repreendeu Jack – O que isso quer dizer?
-Em geral, bombas explodem quando são desarmadas erradamente. Mas, se isso acontecer com esta aqui, outras bombas vão explodir também.
-E como é a sincronização?
-Ondas de rádio.
-Não dá pra interferir?
-Ainda não sei. – ela pegou algumas ferramentas dos bolsos do uniforme e sentou em frente ao artefato.
Afastou alguns fios delicadamente até chegar ao relógio: marcava exatamente uma hora até a detonação. – Não temos muito tempo. Pede ao controle pra rastrear a freqüência usada pra sincronizar.
-Controle?
-Na escuta. - respondeu Luna.
-Precisamos que rastreie uma freqüência de rádio.
-No meio de um monte de bruxos?
-As bombas tão sincronizadas por sinal de rádio.
-Ok, localizando as origens, encontramos as bombas. Certo, só um minuto. - Luna digitava freneticamente num laptop. Nem sabia que ainda sabia tanto de coisas trouxas. Isolou a freqüência e a rastreou. Vinha de quatro pontos diferentes da casa. Consultando as plantas da propriedade, Luna determinou os cômodos exatos - - Isolei. O sinal se origina no subsolo, na sala do cofre. Existem 3 receptores: no escritório, no 1º andar, outro no subsolo, numa sala de treinamento e o último está no hall.
-Droga! – praguejou Vivika.
-Obrigado, Controle. Olha, eu não entendo muito de arquitetura, mas se duas bombas explodirem lá embaixo, a casa inteira desaba.
-E se mais duas explodirem em cima, quem vai desabar somos nós!
~*~
A luta entre Miho e Pansy já deixara de ser simplesmente causada por resistência à prisão. Nenhuma das duas ligava para a operação, fuga ou bombas. A japonesa queria eliminar a auror pra não deixar um “serviço inacabado”, pois da última vez, só a deixara em coma. Pansy, por sua vez, queria vencer Miho. Cansara de levar surra dela.
Foram pra cima uma da outra, socando-se mutuamente. Miho acertou Pansy com um chute no rosto, que a fez cair e cuspir sangue.
-Quer mais? – perguntou a sádica japonesa.
Pansy lhe deu uma rasteira e a jogou no chão, mas antes que se levantasse, a outra enfiou uma kunai em sua coxa e a arrastou por uns centímetros, causando uma dor imensa. A morena gritou e ficou prostrada no chão, sem conseguir mover-se por causa da dor.
-Eu sei que disse que você não sairia viva, mas estou com pressa agora. Então terei que te deixar sangrando aí, até morrer. – Miho levantou, com alguma dificuldade, pois Pansy também batera pra valer e caminhou até a saída. Ouviu a morena tentando se levantar e provocou – Por favor, isso já acabou... – e se virou. Só teve tempo de ver a kunai vindo em sua direção. A arma lhe acertou o pescoço e ela caiu, sem conseguir respirar e sangrando muito. Era a mesma arma com a qual tentara matar Pansy, a morena arrancara da própria perna.
-Não, sua vadia. Só acaba quando eu digo. – fez uma pausa, tentando manter-se de pé e limpando o rosto – Agora acabou!
-Pansy? Você está aí? Responde!! - a morena recolheu o comunicador que havia tirado durante a luta.
-Fala, Controle.
-Tem uma bomba na sala de treinamento, você tem que sair daí.
-Ok, eu já to indo. Onde estão os outros?
-Gina e Johnny foram atrás dos Chang; Blaise, Draco e Harry estão enfrentando os guardas-bruxos e Vivika está tentando desarmar as bombas.
Pansy se esforçava pra entender. Estava tonta, sua cabeça girava. “Isso que dá levar tantos golpes na cabeça...”
-Eu vou encontrá-los, Luna. Desligo. – quando saía da sala, deparou com Vivika e Jack.
-De que adianta ser uma auror premiada se na hora H, a tropa de assalto tem que vir salvar sua pele? – perguntou a amiga, brincando.
-Tá adorando isso, né? Vir aqui e bancar a heroína...
-Pra falar a verdade, eu tô sim. Mas não tenho tempo pra vanglórias.
-Vou procurar os outros. Boa sorte. – disse a morena, saindo da sala.
~*~
-Encarcerous! – disse Harry e cordas surgiram em volta de seu oponente, Choji. A luta com os guardas até que fora fácil, afinal, bruxos tem instinto mágico, usam seus poderes até quando nem sabem que são bruxos (caso dos nascidos trouxas).
-Toma! Eu nem preciso de magia pra acabar com você. – dizia Draco, socando Ryu incansavelmente. Blaise segurou seu braço pra fazê-lo parar.
-Chega, Malfoy. Vamos levá-los pra fora.
-Eu sabia que essa magia artificial não valia nada.
-Vamos levá-los pra fora.
-Deixa eu dar mais um soco nele... – o louro acertou mais um golpe no rosto do oponente, que finalmente foi nocauteado – E como será que tá a Gina?
-Deve estar bem. – respondeu Harry – Ela bate melhor que você.
~*~
De fato, Gina batia tão bem quanto um homem. Talvez devido ao fato de ter crescido entre 4 irmãos (já que os outros 2 trabalhavam fora do país quando ela era criança), ela sabia se defender muito bem. E nem precisava de varinha pra isso. mas quando a usava, o efeito era ainda melhor. Que o diga Cho Chang, que ostentava belos cortes e hematomas no rosto em seu rosto outrora de princesa. A chinesa sabia lutar, mas parecia apavorada demais e não concentrava.
Johnny, por sua vez, conseguira nocautear Li com um único feitiço. Quando a ruiva lhe perguntou qual era, ele simplesmente disse:
-Segredos da Equipe de Assalto. Se todo mundo soubesse fazer, não precisariam mais da gente.
Gina prendeu Cho com as mãos amarradas às costas. A moça se debatia pra se soltar.
-Olha, não adianta tentar fugir. Você será presa e processada por Formação de Quadrilha, Conspiração contra o mundo bruxo e homicídio.
-Vocês não entendem! O desgraçado do King pôs bombas na casa! Nós vamos acabar morrendo!!
-Já que tá tão ansiosa pra sair, eu faço sua vontade. Vamos! – Gina empurrou Cho pelo corredor até a chegarem ao Hall. No caminho, encontraram os rapazes e Pansy, que desistira de ir encontrar os companheiros e ficara pra ajudar Vivika a desarmar as bombas.
-Controle?
-Na escuta.
-Terminamos de desarmar todas as bombas. Eram apenas três, a do hall era falsa. Estamos saindo.
-Ok. Me tranqüiliza saber que conseguiram a tempo, faltam 30 segundos pra detonação.
Todos estavam saindo da casa, outros agentes da equipe de assalto também levando prisioneiros. Um outro grupo, já no jardim, levava as esferas, dentro de pequenos contêineres.
“Eu não posso ser presa! Sou uma dama, eu não nasci pra acabar usando macacão laranja em algum presídio inglês! Não, não e NÃO!”, pensava Cho, quando, de repente, ouviram um bipe prolongado.
-A bomba não era falsa! Saiam daí já!
Correram pra fora levando os suspeitos, mas Cho não queria aquele destino pra si. Já estavam no jardim quando ela empurrou a ruiva e voltou para o interior da casa. Gina tentou correr atrás dela, mas Draco a impediu bem a tempo: a bomba explodiu, o impacto os jogou no meio do jardim. Não havia como Cho ter sobrevivido.
-Cho...? – chamou Li, coma voz fraca. Voltara à consciência há alguns minutos e não acreditava que no que tinham feito à sua irmã. Em sua mente distorcida, os aurores eram culpados por tudo aquilo. “Vocês me pagam, malditos. Não sabem o que eu posso fazer...”, jurou a si mesmo, olhando fixamente para a casa, agora parcialmente em ruínas.
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