Missão China - 3/20

20:49 Juh 0 Comments

#Cap 3: Encontro casual#


#Dois dias depois, 7 da manhã, algum parque de Londres#

Pansy fazia sua costumeira corrida matinal organizando seu dia:


“Depois da corrida, compro jornal e tomo café. Passo em casa, banho, troco de roupa, Gringotes, Ministério...”


-Oi Pansy! – cumprimentou Harry, interrompendo-a.


-Harry? Que surpresa!



-Eu que o diga. Sempre corro por aqui e nunca te vi.


-Costumo correr perto de casa. É a primeira vez que venho ao parque.


-Bom pra mim que tenha resolvido variar.


Mais alguns metros de corrida, Pansy parou. Ofegante, apoiou as mãos nos joelhos. Harry se aproximou e disse:


-Se não alongar, vai ficar toda travada depois.


-Eu sei. – a morena sentou no gramado e apoiou os cotovelos no mesmo, erguendo uma das pernas. – Me ajuda.


Harry segurou o pé dela e levantou a perna, alongando os músculos. Depois de um tempo, dedicou o mesmo tratamento à outra perna. Ela estava com o rosto avermelhado, devido ao esforço, e os olhos fechados e, para ele, nunca estivera tão bonita. Talvez achasse isso porque fazia tempo que não a tinha em seus braços. Ao terminar de alongar as pernas dela, sentou-se no gramado e disse:


-Sua vez de me ajudar. – ela não negou a ajuda, mas sentir a suavidade das mãos dela em sua pele era quase um castigo, mas Harry não pudera resistir.


-Faz tempo que a gente não fica tão perto um do outro.


-É mesmo. – disse a morena, alongando a outra perna dele.


-Poderíamos fazer isso mais vezes... – sugeriu Harry ao que a morena ergueu exageradamente sua perna, fazendo-o gritar de dor – AI! Que droga, Pansy!


-Quantas vezes eu vou ter que cortar essas suas investidas baratas?


-Pelo menos mais uma, como sempre. – ele levantou e alongou os braços junto com ela – Já tomou café?


-Ainda não.


-Tem uma cafeteria aqui perto que é ótima. Sempre tomo café lá. Quer ir?


-Tá.

-Aceita um convite pro café, mas não aceita um convite pra malhar?


-O seu convite não foi pra fazer exercícios e você sabe muito bem disso. – Harry apenas riu – E eu não preciso repelir você quando age como uma pessoa normal.


-Bom saber, vou seguir esse conselho.


Os dois chegaram à cafeteria e pediram. Enquanto esperavam, Harry investiu mais uma vez:


-Sinto muito a sua falta, sabia? – Pansy desviou o olhar e respirou fundo – Não faz essa cara. Sabe que podemos tentar de novo.


-Tem gente que acha que errar uma vez é suficiente.


-Ficarmos juntos não é um erro. A primeira vez não deu certo porque tínhamos acabado de entrar na academia de aurores, competíamos nas missões. Foi isso que estragou nosso relacionamento, imaturidade. Pura e simples.


-Você tem uma resposta pra tudo, né? Não importa o que eu diga, você sempre vai contornar a situação.


-Aprendi isso com você.


-Eu não sei, Harry... Nosso namoro foi meio conturbado.


-Qual é, Pansy. Briguinhas à toa. E já faz um ano que terminamos e eu não esqueci você. – Harry segurou as mãos dela por sobre a mesa – Nos dê mais uma chance.


-Acha que esse é o melhor momento? A gente tá numa missão grande, pode dar tudo errado e você fica pensando em namorar!


-Fico mesmo. Pensando em namorar você!


Pansy sorriu, ele era mesmo muito insistente, nunca desistia. 


-E o que você vai fazer se eu disser não?


-Continuar insistindo. Ou não. – acrescentou Harry, depois de pensar um pouco – Pansy, sabe que eu quero tentar de novo, mas não vou esperar você pra sempre. 


A morena respirou fundo. Sabia que ele estava certo, não podia enrolá-lo pelo resto da vida. Mas sentia um pouco de receio em aceitar voltar com ele.


-Por que você hesita tanto? – perguntou Harry.


-Acho que as nossas ‘briguinhas’ me machucaram mais do que eu podia imaginar. Eu estou com medo de tentar de novo e descobrir que, como um casal, somos um fracasso.


-Você tá com medo? A mulher mais corajosa que eu conheço tá com medo de namorar?! Inacreditável...


-Eu sou a mulher mais corajosa que conhece? Você tá precisando sair mais.


-Não muda de assunto. Você já saiu nas missões mais perigosas, se arrisca todos os dias no trabalho e tem medo de uma coisa tão simples como um relacionamento?


-Que tal pararmos com esse assunto e terminarmos o café?


-Foge de novo, vai...


Pansy preferiu não responder. Terminou de comer em silêncio. Harry não teve alternativa a não ser acompanhá-la. 


Ao saírem da cafeteria, a morena começou a falar sobre a missão:
-O depoimento do tal Darcy não ajudou muita coisa, né?


-Não. Já sabíamos que a Hiragizawa é uma psicótica. Mas foi meio assustador ler o que ele disse. É incrível pensar que um ser humano possa ser tão cruel.


-Eu sei como ela pode ser cruel. E pensar que segue ordens de alguém... Uma pessoa que comande um grupo como o Tentáculo pode facilmente assumir o controle de algum negócio ilegal. – a moça consultou seu relógio – Harry, tenho que ir pra casa. A gente se vê no trabalho. Tchau.


-Tchau. Mas não pense que aquele nosso assunto acabou.


A morena dirigiu-se para sua casa e Harry, ainda chateado, fez o mesmo.


#Beco Diagonal#

Depois de uma rápida passada em casa, Pansy foi ao Beco Diagonal, pois precisava ir ao Gringotes. Caminhava calmamente, observando as diversas vitrines e pensando na missão.


“Quem lucraria com a morte daquelas pessoas? Cinco empresários envolvidos em operações ilegais, mortes encomendadas... quem, por Merlin, lucraria com isso?”. Parou em frente a uma banca de jornais e leu as manchetes. Felizmente, nenhum outro crime gravíssimo tinha ocorrido, de modo que a opinião pública tinha relaxado um pouco. O departamento de aurores não era mais invadido por corujas e berradores. A capa de uma das revistas lhe chamou a atenção. Lembrou-se de uma pergunta que vinha fazendo a si mesma: “Quem pode ter encomendado a morte de Ji-Tsu?”. Parecia que a resposta estava bem ali, na sua frente.




Arregalou os olhos. 
-Claro! – disse pra si mesma – Ela tinha motivo e oportunidade!


Abriu um largo sorriso e comprou a revista. Aquela poderia ser a melhor pista desde o depoimento de Daniel Darcy! 


#Ministério da Magia, Dept de Aurores#

-Olha isso! – disse a morena, entrando na sala conjunta e jogando a revista sobre a mesa de Harry, que era o único que estava ali.


-O quê? – Harry deu uma olhada no nome da revista e debochou – Não vou ler revista de mulher, não.


-Não seja bobo. Há dias que estamos tentando descobrir quem pode ser o mandante dos crimes. Pois essa – ela apontou para a revista – pode ser a resposta!


-Cho Chang? – perguntou Harry, descrente.


-A filha de Ji-Tsu Chang, herdeira de um império milionário. Ela tinha motivo e oportunidade.


-E onde la está agora?


-Em casa, na China. A revista foi pras bancas depois da morte do pai dela. Tem uma notinha na matéria, informando que Cho voltou pra China porque a vontade do velho era ser enterrado lá. Desculpa perfeita pra voltar e assumir os negócios da família.


-Sei lá, Pansy. Tá fazendo a moça parecer culpada apenas por ser filha de uma vítima milionária.


-Mas o que eu disse faz sentido!


-É tudo circunstancial. Ela realmente pode ter voltado pra China apenas pra enterrar o pai. Não temos nada concreto contra a Chang.


-Bom dia, pessoal. – cumprimentou Luna, entrando na sala junto com o marido. – Novidades?


-Eu tenho uma pista, mas o Harry não quer acreditar. – contou Pansy.


-Pista sobre o caso? – perguntou Draco, entrando na sala e ocupando sua mesa – Então vai falando. Acabei de voltar de uma reunião com o Shack e ele tá cobrando resultados.


Pansy contou sua suspeita aos amigos, e para seu desagrado, eles se mostraram descrentes, como Harry. 


Draco foi o primeiro a falar:
-Olha, eu acho que isso parece uma grande coincidência... Mas, se você tá com tanta certeza, investiga. Qualquer coisa pra tirar o chefe do meu pé. Mas, se eu puder dar um conselho, vai atrás do que temos de concreto.

-Tá me mandando caçar a Miho, de novo? 


-Só tô sugerindo. 


A morena pensou bem e disse:
-Eu já sei pra quem perguntar. Conheço os informantes certos.


-Ótimo. Mas se seus informantes forem os Bolton, nem pense em ir sozinha. 


-Eu vou sair pra ver isso agora. – dirigiu-se aos amigos – Quem tá à toa?


Blaise e Luna trataram de pegar documentos de qualquer jeito, para fingirem que estavam ocupados. Harry, por sua vez, estava lendo um jornal. Sequer prestara atenção na conversa. 
-Harry, vem comigo?


-Pra onde?


-Vamos ver os irmãos Bolton. 


-Porque eu?


Draco tirou o jornal das mãos de Harry e fez um resumo pra ele:


-Você vai com a Pansy conversar com os Bolton, informantes. Já ouviu falar? – ironizou o louro.


-Claro que eu conheço os Bolton, mané. Mas por que tenho que ir?


-Por que você tá à toa! Agora se mandem! Eu sou o chefe desse departamento, ainda mando aqui! E por favor, pelo amor do último oraqui-oralá que ainda existe, não voltem de mãos vazias. 


-Pode deixar, chefinho. – debochou Pansy – Não precisa de todo esse estresse.


Ela e Harry saíram da sala e pegaram o elevador rumo ao átrio do Ministério, de onde poderiam aparatar. Mais uma vez, iam atrás de quem poderia saber algo sobre a assassina, não sobre o mandante. Mas se tivessem sorte, Jack e Johnny Bolton saberiam algo mais do que crimes antigos cometidos pela assassina japonesa.


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