Missão China - 10/20
N/a: deu pra sacar que essa é a Hermione? Bom, agora que eu falei, vcs já sabem.
-Como ele conseguiu fazer isso? – perguntou Gina, assombrada pelo que tinha acabado de ver – Barrar um feitiço com a mão?!
-A varinha deve estar escondida. – disse Draco, sério.
O homem que os atacara sorriu e meneou a cabeça. Tinha uma expressão maligna quando subiu as mangas de sua camisa até os cotovelos para mostrar que não portava nenhuma varinha. Os olhos azuis de Draco se estreitaram. Aquilo não acabaria bem. Ao menos, não para um deles.
Um barulho vindo do jardim chamou a atenção dos três.
-Então não estão sozinhos? Mais diversão... – disse o homem. Ele era oriental, isso notava-se claramente pelos olhos, mas era mais alto e musculoso. Devia ser um lutador, só assim para ter bíceps daquele tamanho.
-Quem é você? – perguntou Draco, com autoridade.
-Meu nome é Ryu. E isso é tudo que vocês precisam saber. – um novo raio de luz emergiu da mão dele e ia acertá-los em cheio.
-Protego! – disse Gina.
-Muito bom. – o guerreiro debochou, aplaudindo – Vou gostar de matar vocês. – e desapareceu no ar, surgindo uma fração de segundos depois bem atrás dos aurores – Bu!
Eles se viraram rapidamente, mas antes que dissessem algo, Ryu apontou para a ruiva e disse “Mobili”: a moça foi erguida no ar e violentamente jogada contra a parede, caindo inconsciente no chão.
-Gina...? – chamou Draco, paralisado de medo, pensando que o pior tinha acontecido.
-Mas que pena, não deu nem pro aquecimento.
Os olhos do louro ficaram mais cinzentos do que nunca ao ver a ruiva ferida. Encarou o oponente com uma expressão assassina no rosto e ergueu a varinha. Na mesma hora, o corpo dele ficou imóvel, as pernas se juntaram e os braços ficaram colados ao corpo. Era evidente o esforço que ele fazia para se livrar, mas as linhas invisíveis que o prendiam o apertavam mais ainda. As marcas que surgiram principalmente nos músculos dos braços provavam isso.
-Gostou? – perguntou Draco, num tom perigosamente calmo, caminhando até Ryu – Um feitiço não-verbal muito eficiente. As linhas não vão parar de apertar você, a menos que eu mande. – uma expressão de medo surgiu no rosto do outro. Draco sorriu de pura satisfação – Acho que estará morto em dez minutos.
Ele deu as costas ao outro, que ficava cada vez mais pálido e foi até Gina. Verificou os batimentos cardíacos: estavam lentos, mas constantes. Havia alguns cortes e arranhões no rosto e nos braços, mas não pareciam graves.
Pegou-a nos braços e se dirigiu à saída, ignorando as súplicas quase sufocadas e a palidez de Ryu. Pouco antes de chegar à porta, ouviu o som dele batendo no chão. Virou e disse “Finite”: o homem respirou fundo e tentou se erguer, mas parou ao escutar a voz de Draco.
-Não se levante. Ou não serei tão bonzinho. – ironizou Malfoy, saindo em seguida.
~*Ao mesmo tempo, no Jardim*~
-Ok, isso foi bem impressionante. – disse Pansy, referindo-se à destruição da fonte.
-Acho que seus patrões não ficarão muito felizes. – brincou Harry.
-Pelo contrário, ficarão muito satisfeitos quando eu entregar vocês.
-Quanta pretensão. – disse a morena – Acha que é muita coisa?
O homem se irritou e lançou mais um feitiço destrutivo que só não acertou Pansy em cheio porque ela se abaixou. Mesmo assim, alguns fios de seu cabelo foram chamuscados, o que a deixou irada o bastante para lançar nele os escombros da fonte através de um feitiço expulsório.
-Reducto! – disse o homem, e todas as pedras se tornaram pó.
-Estupefaça! – gritou Harry, e o oponente foi nocauteado.
A morena voltou-se para ele com uma expressão inconformada.
-Estragou minha diversão! Eu queria fazer esse cara sofrer e você o estupora assim, sem mais nem menos?!
-Vamos encontrar o Malfoy. – respondeu Harry, sem dar atenção ao suspiro chateado dela.
-Isso não é justo... – resmungou a morena, como uma criança emburrada.
Caminharam até a entrada da casa reparando nos guardas inconscientes espalhados pelo jardim.
-Nossa, Malfoy e Gina fizeram uma festa aqui!
-É, eles ficaram com toda a diversão... – antes de chegarem à entrada da casa, viram Malfoy trazer Gina nos braços. Adiantaram-se, preocupados e ouviram a voz irritada da ruiva:
-Me larga, Draco! Eu tô bem!
-Você bateu com a cabeça, não seja teimosa!
-Não me trate como bebê! – ela se debatia, tentando descer do colo dele, que, por fim, cedeu – Melhor assim.
-O que houve? – perguntou Harry, observando os leves ferimentos de Gina.
-Um cara que faz magia sem varinha tacou ela na parede. – contou Malfoy, sem meias palavras.
-Ele me pegou de surpresa! Quantas pessoas fazendo magia sem varinha a gente vê por aí?!
-Acabei de derrubar um cara que destruiu a fonte lançando feitiços com as mãos.
-Vocês têm notícias do Blaise e da Luna? – perguntou Gina – Perdemos contato.
-Não, mas a casa parece vazia. Pra onde foi aquela galera toda? – quis saber Pansy.
-Boa pergunta. – Draco tentou acionar o comunicador mais uma vez, sem sucesso. Respirou fundo, decidindo o que fazer – Ok, vou entrar. Gina, volte pro hotel, você precisa descansar. Parkinson, vá com ela. Potter, me dê cobertura.
-Hotel coisa nenhuma! – disse a ruiva, alterada
-Você não pode me mandar pra casa, temos companheiros aí. – respondeu a morena, apontando para a casa.
-Cobertura?! Tenho mais experiência em campo que você, caso tenha esquecido... – alfinetou Harry.
Os três disseram tudo isso ao mesmo tempo, deixando Draco confuso. O louro mandou que se calassem. Eles o fizeram, a contragosto.
-Escutem, se não querem que tudo dê errado, prestem atenção. Tudo bem, todos vamos entrar pra pegar os Zabini. Mas mantenham os canais de comunicação abertos e informem qualquer movimento estranho.
Entenderam? – os outros assentiram. Pansy franziu a testa – Quê que foi, Parkinson?
-Até que você convence nesse papel de sargento. – ele revirou os olhos.
Fizeram menção de entrar na casa, mas uma barreira invisível surgiu na entrada e eles bateram de cara. Um “Ah!” coletivo, outras exclamações de dor e reclamações se seguiram à batida. Pansy bateu na “parede” com os nós dos dedos.
-Parece vidro.
-Então deve quebrar! – disse Harry, erguendo a varinha – Reducto!
-Não! – gritaram Malfoy, Gina e Pansy ao mesmo tempo.
O feitiço foi repelido, o jato de luz espalhando-se em todas direções, quase atingindo os aurores.
-Ok, essa foi uma idéia idiota. – disse o moreno, ao que todos concordaram com a cabeça. Ele tocou a superfície lisa – Mas, se não conseguirmos entrar, como eles vão sair?
-Boa pergunta, Potter.
~*Enquanto isso, na Sala de Reuniões*~
(N/a: no melhor estilo Super-amigos!)
Os convidados saíam por um acesso particular, para evitar a frente do jardim. Blaise e Luna atrasavam-se discretamente, procurando uma oportunidade.
-Temos alguma chance de pegar uma das esferas? – cochichou a loura (momentaneamente grisalha). Como que em resposta, um guarda pegou o recipiente delas e levou embora.
-Isso responde à sua pergunta? – brincou Blaise.
Hannibal King observava o casal com atenção. Alguma coisa não parecia certa neles. “Henry Delson não manca um pouco na perna esquerda?”, pensou enquanto via o senhor caminhar até a saída, acompanhado da esposa. Não tinha nenhuma dificuldade, parecia uma pessoa muito saudável. “Será que... Não, não pode ser!”, pensou com um sorriso.
-Chow, chega aí. – o guarda temporariamente bruxo se aproximou – Faz uma das suas magiquinhas. – disse, em voz baixa, apontando para Luna e Blaise.
-Qual?
-Acho que eles estão enfeitiçados. Dá um jeito.
O guarda esticou o braço, a palma da mão na direção do casal, e disse: Finite! Um jato de luz branca envolveu os dois que, pegos de surpresa, não conseguiram bloquear o feitiço. Os cabelos grisalhos de ambos voltaram à cor original, assim como a altura e o peso. O bigode de morsa que enfeitava o rosto de Henry desapareceu, dando lugar ao cavanhaque de Blaise. Os olhos castanhos de Desirée Delson se tingiram de azul. Em alguns segundos, o disfarce tinha acabado.
-Parece que achamos mais ratinhos curiosos. – disse King, engatilhando sua arma.
-Aparatar no 3? – sugeriu Blaise; Luna concordou com a cabeça – 1, 2, 3! – giraram, mas não saíram do lugar.
-Sistema de segurança anti-aparatação. – ouviram a voz de Cho, naquele tom superior de quem aponta uma coisa óbvia. A chinesa passou a mão no rosto, um gesto típico de desapontamento – Matem esses dois. – disse, para King e Chow.
Antes, porém, que estes fizessem algum movimento, Blaise disse “Bombarda!”, apontando para a porta por onde tinham entrado. A mesma foi arrancada das dobradiças, assustando os outros, mas o auror segurou a mão de Luna e os dois saíram correndo da sala. Um alarme disparou pela casa e mais guardas surgiram no caminho, todos armados com lanças e espadas. Chow lançava feitiços que destruíam o que encontravam, mas Luna, com um único Mobili, jogou-os longe.
Chegaram à entrada e avistaram os outros 4 aurores do lado de fora. Correram mais rápido ainda e atravessaram a barreira (que, felizmente, apenas impedia pessoas de entrar, não de sair) lançando feitiços por sobre os ombros.
-Não fiquem parados aí, vamos! – gritou Blaise.
Os seis se afastaram da casa, correndo para o portão. Pansy parou, de repente.
-Porque estamos correndo?! – e desaparatou. Os outros imitaram o gesto e desapareceram no ar.
~*Hotel Iang-Tsé*~
Hermione se assustou quando os seis se materializaram em seu quarto. Estavam suados, feridos e com cara de poucos amigos. Espalharam-se pelo aposento, caindo sobre cadeiras, o sofá e as poltronas.
-Isso foi um completo desastre! – disse Pansy – Deu tudo errado!
-Não exagera. Algum benefício tivemos. Ou não? – perguntou Harry, encarando os outros.
-Talvez, mas eu não entendi direito o que aconteceu na reunião...
-Com licença, – pediu Hermione e todos olharam para ela – O que estão fazendo aqui?
-Eu vim pra saber se você terminou as traduções. – respondeu Pansy, num tom bem menos arrogante – Acho que os outros vieram pra isso também.
-Ah. Pelo jeito, a noite de vocês foi difícil. – a castanha se virou para a mesa de trabalho improvisada e pegou vários textos e uns livros – A minha foi, de certa forma, assustadora. Descobri coisas inacreditáveis. – ela se agitou, empolgada com os novos fatos que aprendera.
Draco sentou mais confortavelmente numa das poltronas e pediu:
-Então, conte.
-Como vocês sabem, os antigos monges acreditavam que magia podia ser induzida nos trouxas. Existem diversas lendas que falam disso. Hoje, sabemos que é impossível fazer magia se você não é bruxo. – os aurores concordaram com a cabeça. Blaise acrescentou:
-Mas hoje, nós vimos um trouxa usar o Levicorpus.
-Como sabe que era trouxa? – perguntou Malfoy.
-Vimos o guarda na entrada do Palácio, antes dos detectores de magia explodirem. Ele estava próximo o bastante, mas os globos não reagiram.
-Então vocês viram um trouxa fazer magia? – perguntou Hermione, animada. A loura confirmou com a cabeça – Incrível! Fantástico!
-Menos, doutora. – disse Pansy – Continua contando.
-Pois bem, a lenda fala de um monge chamado Yao, que viveu em épocas remotas. Ele ajudava os camponeses de um vilarejo a se defenderem de um senhor de terras muito poderoso. – ela pegou um livro e abriu numa página marcada – Diz aqui que ele peregrinou durante muito tempo, pra descobrir um jeito de fazer vir à tona a magia latente dos camponeses.
-Viagem inútil... – disse Draco.
-Nem tanto. – respondeu a castanha, mais empolgada – Ele finalmente chegou à conclusão de que não havia magia nenhuma pra despertar, então começou a trabalhar num jeito de dar magia aos camponeses.
-Dar como? – perguntou Gina.
-Combinando diversas substâncias mágicas poderosas como escamas de meteoro-chinês, pó de chifre de erumpente, penas de fênix e água da fonte mágica do Himalaia.
-Nossa! – admirou-se Luna – Com tanto poder, não me admira que um trouxa vire bruxo, mesmo que temporariamente!
-Essas são algumas das substâncias mágicas mais poderosas do mundo! Se os irmãos Chang querem lançar isso no mercado, o preço será astronômico, o mercado vai ser bem restrito.
Os outros aurores concordaram, em silêncio.
-Acham realmente que isso será vendido no mercado negro? – perguntou Hermione, incrédula – Vocês não usam a cabeça? Acreditem em mim, contrabandistas nem devem saber que isso existe!
-Como pode saber? É especialista em psicologia criminal também? – perguntou Pansy.
-Gente, pensem um pouco! Havia algum bandido nessa reunião?
-Não. – respondeu Luna – Só empresários, donos de indústrias de armas.
-Exato! – concluiu a castanha, esperando que os outros entendessem onde ela queria chegar. Mas, para exasperação dela, os colegas continuaram boiando – Francamente, vocês não lêem, não? (N/a: lembram dessa frase, é de A Pedra Filosofal, totalmente Granger!) A maior ambição de qualquer governo é desenvolver as armas mais poderosas. É assim desde o começo dos tempos!
-Você tá falando de História trouxa? – perguntou Draco, indiferente – Não tivemos essa matéria na escola. – os outros sonserinos riram.
-Então faço um resumo: ao longo da história, sempre que uma nova tecnologia é lançada, acaba sendo usada para o mal. Foi assim que surgiram armas químicas, biológicas, atômicas. E agora, eu aposto que os maiores compradores dessa “magia instantânea” serão os governos trouxas!
-Isso faz sentido! – disse Luna, de repente – Eu sempre ouvi dizer que existia uma conspiração trouxa pra acabar conosco! Meu pai falava isso direto!
-Não, Luna! Não é contra nós que eles vão usar magia! – disse Hermione, impacientando-se.
-Vão usar contra eles mesmos! – deduziu Gina – Imaginem um exército lançando Avada Kedavra!
-Sem falar que é bem provável que conhecimentos de magia sejam incorporados com os poderes. Afinal, não adianta ser bruxo se não souber as fórmulas e feitiços. – disse Pansy, com o olhar perdido – Torturas e morte indetectáveis, transporte pra dentro e pra fora de qualquer dependência trouxa... Minha nossa, isso seria um desastre!
-Ok, vamos nos acalmar. – disse Draco, naquele tom de chefe que lhe caía muito bem – Já está tarde, vamos tratar de dormir e amanhã fazemos os relatórios e mandamos pro Shack. – ele levantou, desejou boa-noite a todos e saiu, gesto imitado pelos outros.
Hermione continuou parada alguns segundos, admirada com a frieza deles.
-Como conseguem ficar tão calmos diante de uma descoberta dessas?!
~*Palácio do Sol, manhã seguinte*~
Os irmãos Chang estavam à mesa do café, junto com Hannibal King, fazendo a primeira refeição, quando Miho apareceu com um sorriso nos lábios.
-Bom dia. Divertiram-se ontem à noite?
-Seria mais legal se as nossas cobaias tivessem conseguido resultados melhores. – respondeu King.
-Você deveria ter aparecido pra ajudar, Miho. Não ouviu o alarme?
-Claro que ouvi, Chang Li. Apenas ignorei. Sabem o que eu acho dessa historinha boba de magia.
-Deixou os invasores fugirem!
-Se Ryu, Chow e Choji*¹ tivessem se ocupado em treinar artes marciais, em vez de entrarem nessa de “bruxinhos instantâneos”, o resultado seria muito diferente.
-Ok, façamos do seu jeito. – disse Li, ao que a japonesa se interessou de imediato – Encontre-os. Pelo que sabemos, eram 6: 3 homens e 3 mulheres.
-Todos devem ser agentes britânicos. – disse King – Eu sei que o louro que estragou o Ryu é. E a ruiva que tava com ele também.
-Que ótimo! – disse Cho, irônica – Devem ter seguido vocês – apontou para Miho e Li – Ai, se eu soubesse que mandar matar aqueles velhos daria tantos problemas, teria trancado todos eles num porão! Seria muito mais simples! – fez uma pausa, na qual respirou pra se acalmar e retomar o ar de lady – Miho – um brilho surgiu nos olhos da japonesa – quero eles vivos!
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*¹ É o cara que nem chegou a lutar com o Harry e a Pansy.
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