Proibido pra Mim
-Isso é tudo o que a gente vai ter? Encontros clandestinos pelos corredores do castelo?
-Como se já não fosse o bastante... - ela resmungou, sem encará-lo, ocupando-se em fechar os botões da blusa.
-E se eu dissesse que não é? - retrucou Harry, virando-se para encará-la.
-Eu diria 'que pena'. - Pansy levantou o olhar e seus olhos encontraram os dele. Harry esperava ver alguma suavidade ali, mas não encontrou nenhuma. Qualquer um podia argumentar que a guerra fizera isso com ela, mas ele não tinha certeza. Pansy sempre tivera um olhar indecifrável; a guerra só tornara seu escudo mais intenso.
-Eu não vou terminar com você, Harry. Mas isso - ela fez um gesto com a mão, apontando para os dois - é tudo o que a gente pode ter. Você é o heroi do mundo bruxo. Eu sou só a traidora, o projeto de Comensal que queria te entregar. Quem iria acreditar na nossa trágica história de amor? - ela desdenhou - Nem eu acredito.
-Eu não vou terminar com você. - ele a puxou pra perto pelo braço - Eu só quero entender como isso parece ser o bastante pra você quando eu sei que não é.
Ela não negou. Harry pensou que outra garota talvez desviasse o olhar. Pansy não. Ela não fugia de um desafio.
-Viver de aparências é o que eu faço de melhor, Harry. Você é a única pessoa nesse castelo que já conseguiu ver através da máscara sem eu deixar. Devia se sentir orgulhoso.
-Não, eu me sinto completamente frustrado! Por que quando eu finalmente acho que estamos na mesma página, você já me deixou pra trás de novo. E eu tô cansado disso. Você é a única coisa boa que essa guerra me trouxe e eu nem posso ter você de verdade!
-Eu também não posso ter você! - ela o empurrou - Já é ruim o bastante encarar os outros que me julgam por tentar sobreviver! Eu não quero ter que ficar o tempo todo em guarda, esperando um ataque de algum fã maluco seu!
Harry deu um passo pra trás, sem deixar de encará-la. Franziu o cenho.
-As pessoas não vão entender, Harry. Nunca vão aceitar que eu quis entregar você pro Lord.
-Eu não ligo pra o que que as pessoas pensam!
-Mas eu ligo! Pra sua sorte, eu ligo! Você é a cara da era pós-Voldemort, Harry! Mesmo que essa história de velhos inimigos se tornando amantes seja boa pra vender jornal, na prática, ninguém vai gostar. Eu sei que você detesta ser um símbolo, mas você já é. E eu não posso deixar você manchar isso.
-Então você vai me rejeitar pra me proteger?
-Não foi isso o que você fez com a Gina? - ele respirou fundo e desviou o olhar, mas antes que dissesse algo, ela continuou - Além do mais, eu não estou rejeitando você. Eu gosto de você, Potter. - ela segurou a gravata dele e o puxou pra perto - Eu quero você.
-Mas não em público.
Ela deu um sorriso de canto de boca. -Eu quero você em público também. Mas sei que não posso ter.
Harry a beijou antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa. Muitos minutos depois, quando o adiantado da noite certamente os colocaria em uma severa detenção, eles finalmente se separaram. Harry murmurou duas palavras contra seus lábios antes de deixar a sala: -Você pode.
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