Feitiço contra o Feiticeiro 9/16
Capítulo: 9/16Status: Concluída
Tipo: Romance
Pairings/Characters: Draco/Gina; Harry/Pansy; Blaise/luna
Classificação: G - Fanfic Livre
Cap 9 – Falando a Verdade
-Dá pra dizer qual é o problema? – perguntou Harry, alcançando a garota.
-É você! – respondeu Pansy, com raiva – Eu não devia ter confiado em você, seu mentiroso, falso!
-Pára de me acusar sem razão!
-Eu tenho razão de acusar você. Ouvi você falando horrores de mim com seus amiguinhos. Não tenta negar!
-Pansy, nunca falei de você. Mesmo antes de ficarmos juntos. Explica direito, o quê eu fiz de errado?
-Harry, pára! Por favor, você tá me torturando. Eu te ouvi dizendo que eu era um problema e que tava impossível ficar comigo... – a garota fez uma pausa e respirou fundo – Olha, se você quer terminar, a gente termina e pronto! Mas fala isso na minha cara e não pelas minhas costas!
Harry não respondeu de imediato. Pensava sobre o que Pansy tinha dito: ela o ouviu falando da moto e pensou que fosse dela!
-Pansy, - começou, calmo – em primeiro lugar, eu não estava falando de você, e sim de uma moto que eu ganhei de Natal e que não tá funcionando direito. Em segundo lugar, eu não quero terminar...
-Chega! – disse a garota, com um tom autoritário, interrompendo-o – Eu não quero ouvir mais nada de você.
-Mas é a verdade!
-A única verdade que importa é que eu cansei desse joguinho. Já tá na hora de acabar com isso.
-Do que você tá falando?
-Me desafiaram a conquistar você. E eu nunca corro de um desafio. – contou a garota, com um tom de superioridade.
Harry sentiu-se chocado. Seus olhos expressaram toda a raiva e decepção que sentia. Falou, mal conseguindo conter a irritação:
-E você diz isso como se não fosse nada?
-Não há motivo pra se irritar, Harry.
-Acha que não?! Você me enganou!
-É ruim estar do outro lado, né? Você, tão acostumado a enganar garotas... Provou do seu próprio veneno! – a garota sentia satisfação ao vê-lo calado – O que foi? Sem respostas?...
-É, eu não sei mesmo o que dizer... – contou Harry com um tom irônico – A não ser que essa é uma coincidência enorme. Mas, me diz, o que você esperava ganhar com isso?
-Eu ganhei a satisfação de saber que podia te conquistar se eu quisesse.
-Ah... Eu ganhei um pomo-de-ouro. Autografado! – disse Harry, com uma expressão presunçosa.
-Como assim?
-Não é a única que gosta de jogos cruéis, Pansy. Apostei com o Draco que podia conquistar você.– percebeu o leve tremor que a percorreu e esperou que ela dissesse alguma coisa. Como ela permaneceu calada, ele provocou: - O que foi? Sem respostas?
Pansy ficou um pouco pálida e Harry pensou que ela iria desmaiar. Mas ao invés disso, ela se recuperou, assumindo uma expressão fria. “Sonserinos não choram, Pansy!”, lembrou a si mesma. “Permaneça fria e controlada.”
Harry estranhou a súbita mudança na fisionomia da garota. Tivera certeza, quando contara da aposta, que ela ficara magoada. Vira isso em seus olhos. No entanto, ali estava ela, com uma expressão tão fria que congelaria até um vulcão. Sentiu-se um tanto intimidado.
Quando ela falou, seu tom era quase indiferente, mas Harry percebeu que ela estava tão abalada quanto ele:
-Nós vamos pro inferno. É o destino dos mentirosos. – esclareceu a garota, ao ver a expressão interrogativa dele. Após uma pausa, perguntou: – Me diz uma coisa: fez isso tudo só pra ganhar um pomo-de-ouro?
-Eu também queria provar que você não era tão imune a mim quanto fazia parecer.
-Se você não fosse tão canalha, eu teria dito isso...
-Mesmo? Acho difícil acreditar, depois de tudo.
-No que você acredita ou não, não é mais problema meu.
-Algum dia foi? – perguntou Harry, venenoso.
Esse comentário machucou tanto que, por alguns segundos, suplantou a frieza que a garota exibia pra se proteger. Ela fechou os olhos e respirou fundo.
-Touché, Potter.
-Vai dizer que houve alguma verdade entre a gente? – Harry a forçou a olhá-lo nos olhos, segurando seu queixo. A garota tirou a mão dele de seu rosto bruscamente e o encarou – Vamos jogar um jogo diferente agora, Pansy. O nome é ‘falando a verdade’. Quer começar?
-Não!
-Vai começar assim mesmo! – disse Harry, num tom furioso, segurando o braço dela e puxando-a em direção a um canto mais afastado do jardim.
-Me solta, garoto! – Pansy puxou o braço com violência e ele a soltou. Sentiu um pouco de medo quando o encarou, os olhos verdes faiscavam de tanta raiva. Ainda assim, manteve a postura superior. – Você ficou maluco? Podia ter me machucado!
-Desculpe-me, madame. – respondeu Harry, irônico – Mas eu queria conversar sem platéia.
-E temos mais alguma coisa a dizer?
-Acho que sim, se deixarmos as mentiras de lado!! – o rapaz a viu recuar ligeiramente, como se estivesse assustada. Respirou fundo e se acalmou. Tudo que não precisava no momento era afastá-la ainda mais.
-Então diz alguma coisa, já que foi você que me arrastou até aqui.
-Eu vou te fazer uma pergunta, – começou Harry, mais calmo – e você vai me responder somente a verdade. E depois, eu vou responder a uma pergunta sua, também com sinceridade. Concorda?
A garota sentou num banco, absolutamente contrariada. Não estava gostando nem um pouco do rumo daquela conversa. Se continuasse assim, acabaria fazendo alguma besteira. Como confessar seus verdadeiros sentimentos por ele. Quando o encarou, viu que ele esperava uma resposta.
-Que? Ah tá, concordo!
-Ótimo. – disse Harry, sentando e virando-se de frente para ela – Primeira pergunta: tudo que passamos foi mentira?
-Pra que quer saber? Vai te garantir algum prêmio extra?
-Talvez garanta paz de espírito a nós dois. Não sei se vai adiantar alguma coisa falar a verdade agora, mas podemos tentar, né?
-Pra quê? Já terminamos, isso não vai fazer a menor diferença! – Pansy desviou o olhar, esquivando-se da resposta. Aquela conversa estava muito perigosa. Harry estava mais calmo e falava com suavidade. E o pior: parecia absolutamente sincero.
Ao notar que ela tentava sair pela tangente, ele novamente segurou seu queixo e forçou-a a encará-lo. Só que dessa vez, seu toque não era bruto, mas gentil e terno.
-Não fuja da pergunta, Pansy Parkinson. – disse, com um meio sorriso no rosto.
-Não Harry, não foi tudo mentira! Na verdade, acho que nada foi mentira!
-Eu já desconfiava...
-Parabéns pra você! O sedutor ataca novamente, e sua vítima: a imbecil da Pansy Parkinson!
-Você não é imbecil. Mas agora é sua vez de perguntar.
-Pois eu quero saber a mesma coisa: em algum momento, você sentiu algo verdadeiro por mim?
-Que falta de criatividade...
-Responde!
-Eu gostei de você, Pansy. Muito. – ele fez uma pausa e ficou observando-a atentamente. Então levantou e perguntou: – E agora, como ficamos?
-Separados. Devia ter sido assim desde o começo. – respondeu a garota, levantando e passando por ele. Teria ido embora se o rapaz não a tivesse segurado.
-Como assim?! Acabei de dizer que gostei de ficar com você, e você disse quase o mesmo! Não pode querer acabar com tudo.
-Harry, presta atenção. – começou Pansy, encarando-o – Não há nada entre a gente a não ser um monte de mentiras. Tudo bem, nós até nos gostamos, mas não é assim que se constrói um relacionamento. Nós nos machucamos muito. Não dá pra esquecer, fingir que nada aconteceu e agir como se fôssemos namorados de infância.
-Por que não?
-Seria mais uma mentira!
-Mas eu ainda quero ficar com... – a garota o calou, pousando um dedo em seus lábios.
-A gente tem muito em que pensar. A mágoa é muito recente, acabei de descobrir que você é um mentiroso!
-Você também é mentirosa! E nem por isso eu tô... – Harry buscou as palavras certas, mas só conseguiu pensar em: – te dispensando.
-Mas eu tô te dispensando. Depois de tudo que você disse, de tudo que a gente fez, as mentiras, as palavras duras que dissemos um ao outro... não dá, Harry. Parece que eu nem te conheço direito! – disse a garota, soltando o braço e saindo dali.
-Então não fecha a porta! Talvez ainda haja uma chance. – disse o rapaz, triste.
-Sem especulações, tá? O que tiver de ser, será.
-Que frase estranha pra alguém que acredita em fazer seu próprio destino.
-Aprendi que existem coisas na vida impossíveis de controlar. – respondeu Pansy, antes de dirigir-se rapidamente ao Castelo, para que ele não a visse chorar. Harry permaneceu no jardim. Sentou no banco e, afundou o rosto nas mãos, lamentando o fim de seu namoro com Pansy.
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