Feitiço contra o Feiticeiro 11/16
Capítulo: 11/16
Status: Concluída
Tipo: Romance
Pairings/Characters: Draco/Gina; Harry/Pansy; Blaise/luna
Classificação: G - Fanfic Livre
Tipo: Romance
Pairings/Characters: Draco/Gina; Harry/Pansy; Blaise/luna
Classificação: G - Fanfic Livre
Cap 11: A Noite da Formatura
Hogwarts estava fabulosa. Belissimamente decorada com as cores das quatro casas. O Salão fora arrumado com várias mesinhas, com pequenos arranjos de flores coloridas: uma azul, uma vermelha, uma prateada e uma amarela. Uma pista de dança fora instalada em uma das laterais do lugar. A banda fora posicionada afastada do tablado, muito provavelmente para evitar um outro “acidente” desagradável como o do ano anterior. Empostados garçons circulavam levando bandejas cheias de drinques.
Toda a sofisticação do Salão era potencializada pela elegância dos convidados, que trajavam black-tie. Até os rapazes, que não gostavam de usar terno, renderam-se ao clima sofisticado da festa..
Que o diga Blaise, que aproveitava cada superfície com reflexo que via para admirar o próprio visual, o que era motivo de gozação para Harry e Draco.
-Ô noiva, – chamou Draco – você ainda não se olhou aqui, ó. – e estendeu uma colher para o amigo.
-Não enche, Malfoy.
-Se continuar mexendo na gravata, ela vai se desfazer. – disse Harry – Tudo isso é nervosismo de encontrar o sogrão?
-É. A Luna vai me apresentar ao pai dela e uma primeira impressão é importante.
-Tem toda razão. A primeira impressão é a que fica. – concordou Draco, conferindo as horas – Mas cadê a Gina?
-Não só a Gina, mas também a Luna e a Pansy. Elas tão demorando muito. – disse Blaise.
-Devem ter desidratado com o calor do secador de cabelo. – disse uma voz suave, vinda de alguém atrás deles. – Oi meninos, como estão?
A pergunta foi feita por ninguém menos que Cho Chang, que, para desagrado de todas as garotas comprometidas da festa, estava linda. Ela cumprimentou os garotos com beijinhos no rosto, que eles não retribuíram.
-Cho, como está?
-Bem. Melhor agora, com vocês.
-É, mas temos que ir. – disse Blaise. Não gostava de Cho, ela podia ser bonita, mas era tão oferecida que se tornava vulgar. – Tchau. – e se adiantou alguns passos, mas a chinesa segurou seu braço.
-Porque a pressa, gatinho?
-Eu vou encontrar minha namorada. Aliás, todos nós vamos. – Blaise apontou para si e para os amigos. – Com licença.
-Nossa, assim vocês me desapontam. – reclamou a garota.
-Garota, late que a gente tá passando. – disse Blaise, fazendo Draco e Harry gargalharem da cara indignada de Cho. A garota se retirou, furiosa.
Os três se dirigiam às escadarias que davam acesso ao salão, mas Harry foi chamado pelos pais, e não teve alternativa a não ser falar com eles. Draco e Blaise seguiram até as escadas.
-As meninas devem estar descendo. – disse Draco.
Dito e feito. Mal os dois chegaram aos pés da escadaria, Gina, Luna e Pansy surgiram no topo, lindas como deusas. Se a vida fosse um filme, essa cena seria em câmera lenta. Elas eram quase uma versão adolescente de As Panteras.
Ao chegarem ao último degrau, Luna e Gina tiveram as mãos beijadas por seus namorados, enquanto Pansy limitou-se a perguntar, tentando controlar uma súbita decepção:
-O Harry não tava com vocês?
-Ele foi falar com os pais, daqui a pouco volta.
-Ah. – “Que droga, já começou tudo errado!”, pensou a morena, triste. “Ele devia estar bem aqui, me esperando!” – Eu vou dar uma circulada. Até mais. – e se retirou.
-E aí, Blaise, pronto? – perguntou Luna.
-Quase. – respondeu o rapaz, estalando o pescoço e relaxando os braços.
-Você vai brigar com meu pai? Pra quê isso?
-Eu tô tenso, pô.
-Meu pai não é um bárbaro, Blaise. Ele não vai arrancar sua cabeça e colocar numa estaca. No máximo, vai fazer uma cara feia.
-Pode ser, mas sogro é sogro, né?
-Quando eu conheci a sua mãe, não foi esse terror todo. Vamos logo, antes que você perca a coragem. A gente se vê depois. – disse a loura, dirigindo-se ao outro casal enquanto puxava o namorado pela mão.
Chegaram a um grupo com vários adultos, entre eles o pai de Luna. Antes que ela o chamasse, porém, Blaise estalou o pescoço mais uma vez. A moça perguntou:
-Pronto?
-Pronto.
-Relaxa, Blaise. Meu pai vai te adorar. – disse a loura, sorrindo.
-Porque tem tanta certeza?
-Por que eu adoro você. E meu pai confia no meu julgamento. – respondeu Luna, beijando-o levemente.
-Assim, até fico mais calmo.
-Que bom.
Luna chamou o pai, um homem de cerca de 40 anos, moreno, de olhos castanhos. Usava óculos e tinha um tipo físico médio. Era da altura de Blaise, e ao ver o rapaz, assumiu uma expressão meio contrariada.
-Pai, esse é Blaise Zabini, meu namorado.
-Isso se eu permitir. – disse Willian Lovegood. Dirigiu-se a Blaise – Então é você que anda seduzindo minha filhinha?
-Não senhor. – respondeu Blaise, um tanto inseguro – Eu respeito muito a Luna.
-Se a respeitasse de verdade, teria vindo falar comigo muito antes.
-Pai, pára com isso!
-Eu sinto muito se o ofendi, senhor, mas acho que nunca tivemos a oportunidade de nos conhecer e... – foi interrompido por Willian:
-E por isso você achou que podia sair com a minha filhinha sem que eu soubesse? É assim que espera ganhar minha confiança?
Blaise encarou o “sogro”. Ele não precisava ser tão cabeça-dura! Luna não era um bebê como ele fazia parecer. “E eu não sou um delinqüente! O que ele tá pensando? Que eu vou seqüestrar a Loony?”
-Senhor, a verdade é que eu gosto muito da sua filha. – disse, com um tom firme – Eu não faria nada pra magoá-la. É importante pra mim que o senhor dê permissão pra nós namorarmos e, caso o senhor não faça isso, eu continuarei insistindo até vencê-lo pelo cansaço.
Luna ficou estática. Seu pai não estava acostumado a ser desafiado. Mas ainda assim, achava que Blaise estava certo.
-É muita petulância sua falar assim comigo, rapaz. Mas demonstra coragem e determinação. Admiro essas qualidades. – dirigiu-se à Luna – Você escolheu bem, filha.
-Isso é uma permissão?
-É sim. Blaise, bem-vindo à família. – Willian apertou a mão do jovem e quando a soltou, Luna abraçou o namorado e o beijou. O pai a puxou, afastando-a de Blaise, e disse: – Não abusem. Agora vão dançar. – Os dois se afastaram alguns passos quando ouviram – E, rapaz, juízo. Eu estou de olho.
-Sim senhor. – respondeu Blaise, antes de seguir com Luna para a pista de dança. Lá, a moça o abraçou pelo pescoço e disse:
-Viu? Falei que ele ia gostar de você.
-Depois de quase me esfolar vivo. – a abraçou e puxou para mais perto.
-Ele tava testando você. Meu pai tem essa mania, ele provoca as pessoas só pra ver como reagem.
-Então eu me saí bem? – perguntou o rapaz, sussurrando no ouvido dela.
-Muito. – respondeu Luna antes de beijarem-se longamente.
#Em outra área do Salão#
-Gina, espera! Não é o que você tá pensando!
Draco seguia uma ruiva furiosa pelo salão.
-E como você sabe o que eu tô pensando?
-Você acha que eu fiquei com a louca da Chang. Mas não foi isso que aconteceu!
-Eu sei! – disse a ruiva, finalmente parando de andar e encarando o namorado – Eu vi tudo, aquela... cachorra agarrou você.
-E eu a empurrei! Que isso fique bem claro.
-Tudo bem, eu vi. Ela tava falando com você e do nada te agarrou! – Gina cerrou os punhos – Que RAIVA!
-Se você sabe que eu não tenho culpa, porque saiu correndo?
-Pra não acabar batendo naquela abusada! Ou fazer coisa pior. Eu senti ódio quando a vi perto de você, se eu parasse, podia acontecer uma tragédia.
-Aposto que a Chang ia ter uma bela amostra do fogo Weasley. Mas é bom saber que você sente ciúmes de mim – beijou-a levemente – Desfaz essa cara. Quer alguma coisa? – perguntou, olhando em volta, esperando ver um garçom.
-Quero que você me tire desse Salão.
-Ótimo, vamos dar uma volta lá fora.
Os dois alcançaram os jardins. A noite estava com uma temperatura agradável e o céu, limpo, deixava ver as belas estrelas. Para completar a atmosfera romântica, a lua cheia brilhava intensamente.
Gina ergueu o rosto, admirando o céu. Respirou o ar fresco e sentiu a raiva desaparecer.
-A noite tá tão bonita.
-Você está mais.
-Obrigada. – Gina sentiu o rosto esquentar. Ele a olhava de um modo tão intenso que ela não podia desviar.
-Quer olhar as estrelas?
-Seria legal.
Draco tirou a varinha do bolso interno do paletó e conjurou um cobertor, com a qual cobriu o gramado.
Gina deitou-se e mirou o céu.
-Uau, é tão lindo. – sussurrou.
-Se eu pudesse, te daria cada uma delas – disse Draco, referindo-se às estrelas, deitando ao lado dela.
-Não precisa. Quando olho em seus olhos, eu vejo as estrelas mais bonitas que existem.
Draco não respondeu com palavras, e sim com um beijo. Doce, suave. Mas até beijos doces se aquecem e evoluem para uma carícia sensual e provocante.
O rapaz tirou os sapatos com os pés, sem se afastar dela nem um centímetro. Sentia as mãos de Gina abrindo e retirando seu paletó. A paixão crescia gradualmente, até que, numa dessas coincidências que só acontecem no cinema (ou em fics), todas as corujas de Hogwarts saíram voando e piando ao mesmo tempo, trazendo os dois jovens de volta à realidade.
Perceberam que estavam numa situação, no mínimo embaraçosa: Draco estava sem paletó e sapatos e com a camisa semi-aberta, deitado sobre Gina, cujo vestido estava com uma das alças fora do lugar. A garota ficou vermelhíssima, não acreditava que tivesse ido tão longe. Empurrou o rapaz e levantou, absolutamente constrangida.
-É melhor voltarmos pro salão agora.
-Tá. Vai indo na frente.
-Algum problema? – perguntou a ruiva, voltando-se.
-Não. – respondeu o louro, afastando-se na direção contrária à do Castelo.
-Aonde você vai? – a pergunta foi respondida quando ouviu um ‘splash’. Draco se jogara no Lago! Quando voltou, estava encharcado. Gina perguntou, preocupada – Porque você fez isso?
-Tava precisando de um banho gelado. Agora – enfatizou o ‘agora’ – posso voltar pra festa.
Gina riu.
-Não pode aparecer no salão assim.
Draco pegou a varinha e murmurou um feitiço que fez o cobertor desaparecer. A seguir, realizou um feitiço secante nas roupas e no cabelo.
-Assim tá melhor?
-Muito. – a garota fez menção de beijá-lo, mas ele se afastou, dizendo:
-Vamos dar um tempinho, tá? Senão eu vou ter que pular no lago de novo.
Gina ficou quase da cor dos cabelos com esse comentário e apenas concordou, voltando-se para o Castelo. Draco respirou fundo e a acompanhou.
“Ela (e) ainda vai me deixar louco (a)”, pensaram.
#Salão Principal#
Pansy estava num canto do Salão correndo os olhos por todo o lugar, procurando Harry. Já falara com os pais, com alguns amigos, até com professores. A única pessoa que ainda não encontrara era o certo moreno de olhos verdes.
De repente, um rapaz se aproximou. Segurava duas taças e vinha sorrindo. A morena olhou em volta, pra ver se conseguia fugir ou fingir que estava conversando com alguém, mas não havia viva alma por perto. Se bem que, naquela situação até uma conversa com a Murta que Geme seria útil.
-Oi. – disse o rapaz – Tá sozinha?
“Que pergunta mais imbecil!”, pensou a garota. – Acho que sim, né?
-Aceita um drinque?
-Pode ser. Obrigada. – só restava a Pansy ser gentil. Depois de alguns minutos, inventaria uma desculpa e sairia dali. O único problema é que não tinha certeza se agüentaria alguns minutos. O rapaz só estava falando há alguns segundos e ela já sentia vontade de gritar! Respirou fundo e rezou para que um milagre acontecesse.
Harry viu Pansy de relance. Ela estava num canto do salão, mas não estava sozinha. Um rapaz falava com ela e parecia muito animado. Caminhou rapidamente, observando os dois com atenção. Percebeu que a morena parecia desesperada para sair dali. Em determinado momento, ela ergueu ligeiramente a cabeça, como se fizesse uma prece. Harry sorriu. Ela precisava ser salva. Foi ao encontro dos dois, sem ter idéia do que faria. Quando postou-se ao lado deles, o rapaz que estava com Pansy olhou-o interrogativamente, mas a garota, pensando rapidamente, falou:
-Harry, até que enfim você voltou. Ia me fazer esperar a noite toda? – ela o abraçou pelo pescoço e lhe deu um selinho. – Porque demorou?
-Meu pai ficou me alugando. – improvisou o moreno – Mas agora, sou todo seu.
Ela ficou meio vermelha, mas sorriu. Apresentou Harry ao outro rapaz, que se chamava Doug, como seu namorado.
-Você não disse que tinha namorado.
-Acho que você não reparou, mas eu não disse quase nada nos últimos minutos. Aliás, a única pessoa que falou foi você.
-Bom, Doug, obrigado por fazer companhia à Pansy. Mas nós temos que ir, agora. Tchau. – disse Harry.
-É. Tchau, Darrel.
-É Doug!
-Que seja.
Pansy e Harry se afastaram em direção à porta de entrada do salão. Quando estavam longe o bastante para não serem ouvidos, a garota agradeceu:
-Muito obrigada por me salvar daquele mala!
-De nada. Mas como isso foi acontecer?
-Eu fui pr’aquele lado do salão pra... – parou bruscamente. Não podia dizer que daquela área tinha melhor visão, e portanto, era o melhor lugar para procurá-lo.
-Pra...? – encorajou Harry,
-Ficar sozinha. Sabe, à toa...
-Sei... Desculpa esfarrapada... – murmurou o rapaz, olhando para o teto.
A garota o olhou, meio indignada. O que ele estava pensando?
-Qual é, Harry? Não fica se achando. Você me ajudou, obrigada, mas não é pra tanto.
-Calma! Foi só uma brincadeira. Só que eu pensei que você estava lá por que tava procurando alguém.
-Bom, pois se enganou. Não estava procurando ninguém, aliás, não estou!
Harry sorriu. Seria mais difícil do que pensara reconquistá-la. Mas não desistiria.
Continuavam caminhando. Chegaram a uma área do salão, próxima à saída, ricamente decorada com arcos de flores. Harry sentou-se em um banco, cruzando a perna, displicente. Com um gesto, convidou Pansy a sentar-se também. Meio a contragosto (ou não), ela o fez.
Um profundo silêncio os envolveu. Nenhum dos dois sabia o que dizer para quebrar o gelo. Era estranho, afinal os dois eram conhecidos por serem fatais em seus relacionamentos. Ou seja, eles sempre conquistavam quem queriam. Mas ali, os dois se queriam e não conseguiam dar o primeiro passo. Era exatamente nisso que a garota pensava. Não entendia porque era tão difícil falar com ele. Não fora assim antes, não tinha que ser assim agora. Respirou fundo e tomou coragem:
-Harry...
-Pansy...
Falaram ao mesmo tempo e começaram a rir.
-Ficamos horas calados e resolvem falar justo ao mesmo tempo. – disse a moça.
-Transmissão de pensamento. Acontece.
-Pois é... – fez uma pausa. Logo depois, emendou, antes que perdesse a coragem – Não devia ser tão difícil conversar com você. Fazíamos muito disso, antes do que aconteceu.
-Você quer dizer antes de descobrirmos todas aquelas mentiras?
-É. As coisas parecem mais difíceis agora.
-Não precisa ser assim. Quando terminamos, você disse que mal me conhecia. Então, podemos começar por aí. Vamos nos conhecer. – disse Harry.
- “Falando a Verdade”, segunda rodada?
-Pode ser. Mas dessa vez, eu começo.
-E vai dizer o quê? Sua cor favorita, o time de quadribol pelo qual torce? Isso eu sei.
-Sabe, nada.
-Gosta de azul, torce pro Ballycastlle Bats. Matéria favorita é Defesa contra as Artes das Trevas, detesta Adivinhação e História da Magia. Errei em alguma coisa? – perguntou Pansy, irônica.
-Não. Tô impressionado.
-Mas será que você me conhece tão bem? – disse a morena, em tom de desafio.
O garoto deu uma risadinha antes de responder:
-Verde, não gosta tanto de quadribol, adora música, Poções e Adivinhação. –ela fez cara de quem está impressionada – Viu? Conheço-te muito bem.
-Mas isso não é o mais importante. – disse Pansy, séria – Quando eu disse que achava que nem te conhecia, eu tava falando do que você sentia. Do que a gente sentia.
-Eu disse que gostava de você.
-No meio da discussão, não acreditei. Eu me senti enganada. Como se eu tivesse apostado e perdido.
-Não fale em apostas. – brincou o rapaz, tentando animá-la, sem muito sucesso. – Pansy, eu sei que no calor da discussão, só o que ficou foram as grosserias que dissemos. Mas eu realmente gostei de você. aliás, eu realmente gosto de você.
-Sério? – a garota sentiu uma alegria enorme e, ao vê-lo acenar afirmativamente com a cabeça, jogou-se em cima dele, abraçando-o pelo pescoço. Depois, beijaram-se apaixonadamente. A felicidade que sentiam era ainda maior do que quando começaram a namorar, pois agora não existiam planos secretos e mentiras.
Quando se separaram, estavam radiantes.
-Nossa, como eu senti falta de beijar você. – disse Pansy – Eu senti muita saudade!
-Eu também. – acariciou o rosto dela – Tudo que eu queria era ficar com você, mas eu não tinha coragem de me aproximar. Parecia que havia um abismo entre a gente.
-Eu sei, eu também sentia isso. Era desesperador. Às vezes eu só queria falar com você, conversar, sabe? Mas, nem isso eu podia fazer...
-Mas agora pode.
-Ainda bem. – respondeu a garota, puxando-o pelo colarinho e beijando-o.
Vários minutos depois, os dois voltaram ao salão e sentaram à mesa onde os amigos estavam. Com um simples olhar, os quatro perceberam que Harry e Pansy tinham feito as pazes. Começaram a cantar:
-Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia...
Pansy cobriu as orelhas com as mãos e fez uma careta. Quando os amigos terminaram, ela disse:
-Vocês cantam muito mal. – todos riram.
-Ah, mas depois da odisséia que foi a história de vocês, é o mínimo que a gente pode fazer. – disse Luna.
-Também não é assim. – disse Harry.
-Claro que é! – opinou Draco – Desde que terminaram, vocês tão insuportáveis!
-Cala a boca, Draco. – disse Pansy – Não é verdade.
-Não? Esqueceu aquele dia que você tava no Salão Comunal com a maior cara de assombração e me deu o maior susto? Pois eu não esqueci.
-Como é que é? – perguntou Gina, rindo.
-Eu estava entrando no Salão Comunal, era noite, tava tudo escuro e, de repente, eis que surge Pansy Parkinson com uma cara que assustaria até um hipogrifo. Quase gritei.
Todos riram com vontade, exceto Pansy, que beliscou Harry para fazê-lo parar.
-Desculpa, mas foi engraçado.
-Mas você não pode rir, Harry. Ultimamente até o Nick-Quase-sem-Cabeça tinha uma aparência
mais saudável que a sua. – disse Blaise. Harry parou de rir na mesma hora.
-É bom ser zoado, né? – provocou Pansy.
Os seis ficaram conversando sobre os mais diversos assuntos durante vários minutos, então foram dançar. Quando chegaram à pista, uma música lenta começou a tocar.
-Nunca dançamos música lenta. – disse Harry, abraçando a namorada pela cintura.
-Acho que nunca dançamos música nenhuma. – respondeu a morena, sorrindo.
-Então, vamos aproveitar.
O ritmo os envolvia, fazendo-os esquecer de tudo. Fecharam os olhos. O passado fora esquecido, o que importava era o presente.
Infelizmente, uma pessoa estava louca para acabar com aquela felicidade. Ela se aproximou do casal e tocou o ombro de Harry. O rapaz se voltou e estacou, surpreso. Pansy abriu os olhos e, ao ver quem estava atrapalhando, assumiu uma expressão de pura raiva.
-Oi Harry. – disse Cho – Até que enfim achei você. De novo, quero dizer.
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Hogwarts estava fabulosa. Belissimamente decorada com as cores das quatro casas. O Salão fora arrumado com várias mesinhas, com pequenos arranjos de flores coloridas: uma azul, uma vermelha, uma prateada e uma amarela. Uma pista de dança fora instalada em uma das laterais do lugar. A banda fora posicionada afastada do tablado, muito provavelmente para evitar um outro “acidente” desagradável como o do ano anterior. Empostados garçons circulavam levando bandejas cheias de drinques.
Toda a sofisticação do Salão era potencializada pela elegância dos convidados, que trajavam black-tie. Até os rapazes, que não gostavam de usar terno, renderam-se ao clima sofisticado da festa..
Que o diga Blaise, que aproveitava cada superfície com reflexo que via para admirar o próprio visual, o que era motivo de gozação para Harry e Draco.
-Ô noiva, – chamou Draco – você ainda não se olhou aqui, ó. – e estendeu uma colher para o amigo.
-Não enche, Malfoy.
-Se continuar mexendo na gravata, ela vai se desfazer. – disse Harry – Tudo isso é nervosismo de encontrar o sogrão?
-É. A Luna vai me apresentar ao pai dela e uma primeira impressão é importante.
-Tem toda razão. A primeira impressão é a que fica. – concordou Draco, conferindo as horas – Mas cadê a Gina?
-Não só a Gina, mas também a Luna e a Pansy. Elas tão demorando muito. – disse Blaise.
-Devem ter desidratado com o calor do secador de cabelo. – disse uma voz suave, vinda de alguém atrás deles. – Oi meninos, como estão?
A pergunta foi feita por ninguém menos que Cho Chang, que, para desagrado de todas as garotas comprometidas da festa, estava linda. Ela cumprimentou os garotos com beijinhos no rosto, que eles não retribuíram.
-Cho, como está?
-Bem. Melhor agora, com vocês.
-É, mas temos que ir. – disse Blaise. Não gostava de Cho, ela podia ser bonita, mas era tão oferecida que se tornava vulgar. – Tchau. – e se adiantou alguns passos, mas a chinesa segurou seu braço.
-Porque a pressa, gatinho?
-Eu vou encontrar minha namorada. Aliás, todos nós vamos. – Blaise apontou para si e para os amigos. – Com licença.
-Nossa, assim vocês me desapontam. – reclamou a garota.
-Garota, late que a gente tá passando. – disse Blaise, fazendo Draco e Harry gargalharem da cara indignada de Cho. A garota se retirou, furiosa.
Os três se dirigiam às escadarias que davam acesso ao salão, mas Harry foi chamado pelos pais, e não teve alternativa a não ser falar com eles. Draco e Blaise seguiram até as escadas.
-As meninas devem estar descendo. – disse Draco.
Dito e feito. Mal os dois chegaram aos pés da escadaria, Gina, Luna e Pansy surgiram no topo, lindas como deusas. Se a vida fosse um filme, essa cena seria em câmera lenta. Elas eram quase uma versão adolescente de As Panteras.
Ao chegarem ao último degrau, Luna e Gina tiveram as mãos beijadas por seus namorados, enquanto Pansy limitou-se a perguntar, tentando controlar uma súbita decepção:
-O Harry não tava com vocês?
-Ele foi falar com os pais, daqui a pouco volta.
-Ah. – “Que droga, já começou tudo errado!”, pensou a morena, triste. “Ele devia estar bem aqui, me esperando!” – Eu vou dar uma circulada. Até mais. – e se retirou.
-E aí, Blaise, pronto? – perguntou Luna.
-Quase. – respondeu o rapaz, estalando o pescoço e relaxando os braços.
-Você vai brigar com meu pai? Pra quê isso?
-Eu tô tenso, pô.
-Meu pai não é um bárbaro, Blaise. Ele não vai arrancar sua cabeça e colocar numa estaca. No máximo, vai fazer uma cara feia.
-Pode ser, mas sogro é sogro, né?
-Quando eu conheci a sua mãe, não foi esse terror todo. Vamos logo, antes que você perca a coragem. A gente se vê depois. – disse a loura, dirigindo-se ao outro casal enquanto puxava o namorado pela mão.
Chegaram a um grupo com vários adultos, entre eles o pai de Luna. Antes que ela o chamasse, porém, Blaise estalou o pescoço mais uma vez. A moça perguntou:
-Pronto?
-Pronto.
-Relaxa, Blaise. Meu pai vai te adorar. – disse a loura, sorrindo.
-Porque tem tanta certeza?
-Por que eu adoro você. E meu pai confia no meu julgamento. – respondeu Luna, beijando-o levemente.
-Assim, até fico mais calmo.
-Que bom.
Luna chamou o pai, um homem de cerca de 40 anos, moreno, de olhos castanhos. Usava óculos e tinha um tipo físico médio. Era da altura de Blaise, e ao ver o rapaz, assumiu uma expressão meio contrariada.
-Pai, esse é Blaise Zabini, meu namorado.
-Isso se eu permitir. – disse Willian Lovegood. Dirigiu-se a Blaise – Então é você que anda seduzindo minha filhinha?
-Não senhor. – respondeu Blaise, um tanto inseguro – Eu respeito muito a Luna.
-Se a respeitasse de verdade, teria vindo falar comigo muito antes.
-Pai, pára com isso!
-Eu sinto muito se o ofendi, senhor, mas acho que nunca tivemos a oportunidade de nos conhecer e... – foi interrompido por Willian:
-E por isso você achou que podia sair com a minha filhinha sem que eu soubesse? É assim que espera ganhar minha confiança?
Blaise encarou o “sogro”. Ele não precisava ser tão cabeça-dura! Luna não era um bebê como ele fazia parecer. “E eu não sou um delinqüente! O que ele tá pensando? Que eu vou seqüestrar a Loony?”
-Senhor, a verdade é que eu gosto muito da sua filha. – disse, com um tom firme – Eu não faria nada pra magoá-la. É importante pra mim que o senhor dê permissão pra nós namorarmos e, caso o senhor não faça isso, eu continuarei insistindo até vencê-lo pelo cansaço.
Luna ficou estática. Seu pai não estava acostumado a ser desafiado. Mas ainda assim, achava que Blaise estava certo.
-É muita petulância sua falar assim comigo, rapaz. Mas demonstra coragem e determinação. Admiro essas qualidades. – dirigiu-se à Luna – Você escolheu bem, filha.
-Isso é uma permissão?
-É sim. Blaise, bem-vindo à família. – Willian apertou a mão do jovem e quando a soltou, Luna abraçou o namorado e o beijou. O pai a puxou, afastando-a de Blaise, e disse: – Não abusem. Agora vão dançar. – Os dois se afastaram alguns passos quando ouviram – E, rapaz, juízo. Eu estou de olho.
-Sim senhor. – respondeu Blaise, antes de seguir com Luna para a pista de dança. Lá, a moça o abraçou pelo pescoço e disse:
-Viu? Falei que ele ia gostar de você.
-Depois de quase me esfolar vivo. – a abraçou e puxou para mais perto.
-Ele tava testando você. Meu pai tem essa mania, ele provoca as pessoas só pra ver como reagem.
-Então eu me saí bem? – perguntou o rapaz, sussurrando no ouvido dela.
-Muito. – respondeu Luna antes de beijarem-se longamente.
#Em outra área do Salão#
-Gina, espera! Não é o que você tá pensando!
Draco seguia uma ruiva furiosa pelo salão.
-E como você sabe o que eu tô pensando?
-Você acha que eu fiquei com a louca da Chang. Mas não foi isso que aconteceu!
-Eu sei! – disse a ruiva, finalmente parando de andar e encarando o namorado – Eu vi tudo, aquela... cachorra agarrou você.
-E eu a empurrei! Que isso fique bem claro.
-Tudo bem, eu vi. Ela tava falando com você e do nada te agarrou! – Gina cerrou os punhos – Que RAIVA!
-Se você sabe que eu não tenho culpa, porque saiu correndo?
-Pra não acabar batendo naquela abusada! Ou fazer coisa pior. Eu senti ódio quando a vi perto de você, se eu parasse, podia acontecer uma tragédia.
-Aposto que a Chang ia ter uma bela amostra do fogo Weasley. Mas é bom saber que você sente ciúmes de mim – beijou-a levemente – Desfaz essa cara. Quer alguma coisa? – perguntou, olhando em volta, esperando ver um garçom.
-Quero que você me tire desse Salão.
-Ótimo, vamos dar uma volta lá fora.
Os dois alcançaram os jardins. A noite estava com uma temperatura agradável e o céu, limpo, deixava ver as belas estrelas. Para completar a atmosfera romântica, a lua cheia brilhava intensamente.
Gina ergueu o rosto, admirando o céu. Respirou o ar fresco e sentiu a raiva desaparecer.
-A noite tá tão bonita.
-Você está mais.
-Obrigada. – Gina sentiu o rosto esquentar. Ele a olhava de um modo tão intenso que ela não podia desviar.
-Quer olhar as estrelas?
-Seria legal.
Draco tirou a varinha do bolso interno do paletó e conjurou um cobertor, com a qual cobriu o gramado.
Gina deitou-se e mirou o céu.
-Uau, é tão lindo. – sussurrou.
-Se eu pudesse, te daria cada uma delas – disse Draco, referindo-se às estrelas, deitando ao lado dela.
-Não precisa. Quando olho em seus olhos, eu vejo as estrelas mais bonitas que existem.
Draco não respondeu com palavras, e sim com um beijo. Doce, suave. Mas até beijos doces se aquecem e evoluem para uma carícia sensual e provocante.
O rapaz tirou os sapatos com os pés, sem se afastar dela nem um centímetro. Sentia as mãos de Gina abrindo e retirando seu paletó. A paixão crescia gradualmente, até que, numa dessas coincidências que só acontecem no cinema (ou em fics), todas as corujas de Hogwarts saíram voando e piando ao mesmo tempo, trazendo os dois jovens de volta à realidade.
Perceberam que estavam numa situação, no mínimo embaraçosa: Draco estava sem paletó e sapatos e com a camisa semi-aberta, deitado sobre Gina, cujo vestido estava com uma das alças fora do lugar. A garota ficou vermelhíssima, não acreditava que tivesse ido tão longe. Empurrou o rapaz e levantou, absolutamente constrangida.
-É melhor voltarmos pro salão agora.
-Tá. Vai indo na frente.
-Algum problema? – perguntou a ruiva, voltando-se.
-Não. – respondeu o louro, afastando-se na direção contrária à do Castelo.
-Aonde você vai? – a pergunta foi respondida quando ouviu um ‘splash’. Draco se jogara no Lago! Quando voltou, estava encharcado. Gina perguntou, preocupada – Porque você fez isso?
-Tava precisando de um banho gelado. Agora – enfatizou o ‘agora’ – posso voltar pra festa.
Gina riu.
-Não pode aparecer no salão assim.
Draco pegou a varinha e murmurou um feitiço que fez o cobertor desaparecer. A seguir, realizou um feitiço secante nas roupas e no cabelo.
-Assim tá melhor?
-Muito. – a garota fez menção de beijá-lo, mas ele se afastou, dizendo:
-Vamos dar um tempinho, tá? Senão eu vou ter que pular no lago de novo.
Gina ficou quase da cor dos cabelos com esse comentário e apenas concordou, voltando-se para o Castelo. Draco respirou fundo e a acompanhou.
“Ela (e) ainda vai me deixar louco (a)”, pensaram.
#Salão Principal#
Pansy estava num canto do Salão correndo os olhos por todo o lugar, procurando Harry. Já falara com os pais, com alguns amigos, até com professores. A única pessoa que ainda não encontrara era o certo moreno de olhos verdes.
De repente, um rapaz se aproximou. Segurava duas taças e vinha sorrindo. A morena olhou em volta, pra ver se conseguia fugir ou fingir que estava conversando com alguém, mas não havia viva alma por perto. Se bem que, naquela situação até uma conversa com a Murta que Geme seria útil.
-Oi. – disse o rapaz – Tá sozinha?
“Que pergunta mais imbecil!”, pensou a garota. – Acho que sim, né?
-Aceita um drinque?
-Pode ser. Obrigada. – só restava a Pansy ser gentil. Depois de alguns minutos, inventaria uma desculpa e sairia dali. O único problema é que não tinha certeza se agüentaria alguns minutos. O rapaz só estava falando há alguns segundos e ela já sentia vontade de gritar! Respirou fundo e rezou para que um milagre acontecesse.
Harry viu Pansy de relance. Ela estava num canto do salão, mas não estava sozinha. Um rapaz falava com ela e parecia muito animado. Caminhou rapidamente, observando os dois com atenção. Percebeu que a morena parecia desesperada para sair dali. Em determinado momento, ela ergueu ligeiramente a cabeça, como se fizesse uma prece. Harry sorriu. Ela precisava ser salva. Foi ao encontro dos dois, sem ter idéia do que faria. Quando postou-se ao lado deles, o rapaz que estava com Pansy olhou-o interrogativamente, mas a garota, pensando rapidamente, falou:
-Harry, até que enfim você voltou. Ia me fazer esperar a noite toda? – ela o abraçou pelo pescoço e lhe deu um selinho. – Porque demorou?
-Meu pai ficou me alugando. – improvisou o moreno – Mas agora, sou todo seu.
Ela ficou meio vermelha, mas sorriu. Apresentou Harry ao outro rapaz, que se chamava Doug, como seu namorado.
-Você não disse que tinha namorado.
-Acho que você não reparou, mas eu não disse quase nada nos últimos minutos. Aliás, a única pessoa que falou foi você.
-Bom, Doug, obrigado por fazer companhia à Pansy. Mas nós temos que ir, agora. Tchau. – disse Harry.
-É. Tchau, Darrel.
-É Doug!
-Que seja.
Pansy e Harry se afastaram em direção à porta de entrada do salão. Quando estavam longe o bastante para não serem ouvidos, a garota agradeceu:
-Muito obrigada por me salvar daquele mala!
-De nada. Mas como isso foi acontecer?
-Eu fui pr’aquele lado do salão pra... – parou bruscamente. Não podia dizer que daquela área tinha melhor visão, e portanto, era o melhor lugar para procurá-lo.
-Pra...? – encorajou Harry,
-Ficar sozinha. Sabe, à toa...
-Sei... Desculpa esfarrapada... – murmurou o rapaz, olhando para o teto.
A garota o olhou, meio indignada. O que ele estava pensando?
-Qual é, Harry? Não fica se achando. Você me ajudou, obrigada, mas não é pra tanto.
-Calma! Foi só uma brincadeira. Só que eu pensei que você estava lá por que tava procurando alguém.
-Bom, pois se enganou. Não estava procurando ninguém, aliás, não estou!
Harry sorriu. Seria mais difícil do que pensara reconquistá-la. Mas não desistiria.
Continuavam caminhando. Chegaram a uma área do salão, próxima à saída, ricamente decorada com arcos de flores. Harry sentou-se em um banco, cruzando a perna, displicente. Com um gesto, convidou Pansy a sentar-se também. Meio a contragosto (ou não), ela o fez.
Um profundo silêncio os envolveu. Nenhum dos dois sabia o que dizer para quebrar o gelo. Era estranho, afinal os dois eram conhecidos por serem fatais em seus relacionamentos. Ou seja, eles sempre conquistavam quem queriam. Mas ali, os dois se queriam e não conseguiam dar o primeiro passo. Era exatamente nisso que a garota pensava. Não entendia porque era tão difícil falar com ele. Não fora assim antes, não tinha que ser assim agora. Respirou fundo e tomou coragem:
-Harry...
-Pansy...
Falaram ao mesmo tempo e começaram a rir.
-Ficamos horas calados e resolvem falar justo ao mesmo tempo. – disse a moça.
-Transmissão de pensamento. Acontece.
-Pois é... – fez uma pausa. Logo depois, emendou, antes que perdesse a coragem – Não devia ser tão difícil conversar com você. Fazíamos muito disso, antes do que aconteceu.
-Você quer dizer antes de descobrirmos todas aquelas mentiras?
-É. As coisas parecem mais difíceis agora.
-Não precisa ser assim. Quando terminamos, você disse que mal me conhecia. Então, podemos começar por aí. Vamos nos conhecer. – disse Harry.
- “Falando a Verdade”, segunda rodada?
-Pode ser. Mas dessa vez, eu começo.
-E vai dizer o quê? Sua cor favorita, o time de quadribol pelo qual torce? Isso eu sei.
-Sabe, nada.
-Gosta de azul, torce pro Ballycastlle Bats. Matéria favorita é Defesa contra as Artes das Trevas, detesta Adivinhação e História da Magia. Errei em alguma coisa? – perguntou Pansy, irônica.
-Não. Tô impressionado.
-Mas será que você me conhece tão bem? – disse a morena, em tom de desafio.
O garoto deu uma risadinha antes de responder:
-Verde, não gosta tanto de quadribol, adora música, Poções e Adivinhação. –ela fez cara de quem está impressionada – Viu? Conheço-te muito bem.
-Mas isso não é o mais importante. – disse Pansy, séria – Quando eu disse que achava que nem te conhecia, eu tava falando do que você sentia. Do que a gente sentia.
-Eu disse que gostava de você.
-No meio da discussão, não acreditei. Eu me senti enganada. Como se eu tivesse apostado e perdido.
-Não fale em apostas. – brincou o rapaz, tentando animá-la, sem muito sucesso. – Pansy, eu sei que no calor da discussão, só o que ficou foram as grosserias que dissemos. Mas eu realmente gostei de você. aliás, eu realmente gosto de você.
-Sério? – a garota sentiu uma alegria enorme e, ao vê-lo acenar afirmativamente com a cabeça, jogou-se em cima dele, abraçando-o pelo pescoço. Depois, beijaram-se apaixonadamente. A felicidade que sentiam era ainda maior do que quando começaram a namorar, pois agora não existiam planos secretos e mentiras.
Quando se separaram, estavam radiantes.
-Nossa, como eu senti falta de beijar você. – disse Pansy – Eu senti muita saudade!
-Eu também. – acariciou o rosto dela – Tudo que eu queria era ficar com você, mas eu não tinha coragem de me aproximar. Parecia que havia um abismo entre a gente.
-Eu sei, eu também sentia isso. Era desesperador. Às vezes eu só queria falar com você, conversar, sabe? Mas, nem isso eu podia fazer...
-Mas agora pode.
-Ainda bem. – respondeu a garota, puxando-o pelo colarinho e beijando-o.
Vários minutos depois, os dois voltaram ao salão e sentaram à mesa onde os amigos estavam. Com um simples olhar, os quatro perceberam que Harry e Pansy tinham feito as pazes. Começaram a cantar:
-Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia...
Pansy cobriu as orelhas com as mãos e fez uma careta. Quando os amigos terminaram, ela disse:
-Vocês cantam muito mal. – todos riram.
-Ah, mas depois da odisséia que foi a história de vocês, é o mínimo que a gente pode fazer. – disse Luna.
-Também não é assim. – disse Harry.
-Claro que é! – opinou Draco – Desde que terminaram, vocês tão insuportáveis!
-Cala a boca, Draco. – disse Pansy – Não é verdade.
-Não? Esqueceu aquele dia que você tava no Salão Comunal com a maior cara de assombração e me deu o maior susto? Pois eu não esqueci.
-Como é que é? – perguntou Gina, rindo.
-Eu estava entrando no Salão Comunal, era noite, tava tudo escuro e, de repente, eis que surge Pansy Parkinson com uma cara que assustaria até um hipogrifo. Quase gritei.
Todos riram com vontade, exceto Pansy, que beliscou Harry para fazê-lo parar.
-Desculpa, mas foi engraçado.
-Mas você não pode rir, Harry. Ultimamente até o Nick-Quase-sem-Cabeça tinha uma aparência
mais saudável que a sua. – disse Blaise. Harry parou de rir na mesma hora.
-É bom ser zoado, né? – provocou Pansy.
Os seis ficaram conversando sobre os mais diversos assuntos durante vários minutos, então foram dançar. Quando chegaram à pista, uma música lenta começou a tocar.
-Nunca dançamos música lenta. – disse Harry, abraçando a namorada pela cintura.
-Acho que nunca dançamos música nenhuma. – respondeu a morena, sorrindo.
-Então, vamos aproveitar.
O ritmo os envolvia, fazendo-os esquecer de tudo. Fecharam os olhos. O passado fora esquecido, o que importava era o presente.
Infelizmente, uma pessoa estava louca para acabar com aquela felicidade. Ela se aproximou do casal e tocou o ombro de Harry. O rapaz se voltou e estacou, surpreso. Pansy abriu os olhos e, ao ver quem estava atrapalhando, assumiu uma expressão de pura raiva.
-Oi Harry. – disse Cho – Até que enfim achei você. De novo, quero dizer.
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