Noivos em Fuga 5/6
Capitulos: 6
Status: Concluída
Tipo: Romance -
Pairings/Characters: Draco/Gina; Harry/Pansy
Censura: G - Fanfic Livre
Cap 5: Amores, Amores
~*Ateliê da Diamond, 3ª feira, 10 da manhã*~
Pansy trabalhava no vestido encomendado pela primeira dama, Ângela Scrimgeour. Aquela estava sendo uma semana maravilhosa. O ritmo de trabalho aumentara com o pedido de peças exclusivas. O lançamento da coleção fora fantástico. Sua idéia de diversificar e colocar na passarela não apenas modelos agradara a todos. O resultado se mostrara nas vendas: as roupas da Diamond estavam sempre sumindo das prateleiras tamanha a procura pelas peças.
No campo pessoal, tudo ia às mil maravilhas. Se acertara com Harry na noite do lançamento da Firebolt Thunder. Conversavam por telefone todos dias. Tudo bem que o lançamento fora na sexta feira, e que aquele pseudo-namoro não tinha sequer uma semana, mas ela estava tão feliz que não se importava de fantasiar que duraria pra sempre.
Sua concentração foi desviada quando ouviu o toque do telefone. Era Draco, novamente.
-Oi Draco.
-Oi. Posso dar uma passada aí?
-Claro. Só me adianta o motivo.
-Você sabe o motivo...
-Querido, sabe que eu não posso te dar o telefone e, muito menos, o endereço da Gina. Isso seria ilegal. E antiético.
-Pans, eu não vou fazer mal à ela! Eu só quero conversar, trocar umas idéias.
-Idéias...? Draco, você quer seduzir a moça!
-E isso é crime?
-Seu descarado! – respondeu Pansy, rindo – Eu não vou colocar minha modelo mais promissora nas suas mãos, não!
-Poxa, te dei cobertura na festa. Devia ter contado pro seu pai que você foi dormir na casa do Cabeção... - resmungou o louro, como uma criança fazendo chantagem.
-Olha, o máximo que eu posso fazer é juntar vocês casualmente. Que tal?
-E como seria isso?
-Posso convidar a Gina pra almoçar. Invento que vamos falar dos próximos desfiles e você aparece, assim, coincidentemente.
-É, isso pode funcionar... E o melhor é que ela não desconfiaria de nada, pois tem a melhor patroa do mundo!
-Não precisa me bajular, bobo. Então, tá combinado. Quando eu marcar com a Gina, eu te aviso.
-Não dá pra ser hoje?
-Hoje?! Mas e se ela já tiver algum compromisso?
-Tem que ser essa semana ainda, Pans! - disse Draco, em tom meio urgente.
-Por que?
-Meu pai decidiu me arrastar pra casa do interior no fim de semana. E na próxima segunda, eu vou pra Barcelona.
-Ah é. Bom, então vou tentar marcar pra essa semana.
-Pra hoje!!
-Ai, tá bom, seu chato! Mas não tô prometendo nada.
Desligou o telefone após as despedidas, divertindo-se com o interesse do amigo na ruiva. “E pensar que eram inimigos na escola... Como o mundo dá voltas...”. Ela mesma não estava apaixonada por um antigo desafeto? E aparentemente, Malfoy também se rendera aos encantos dos grifinórios. Rindo da grande ironia da vida, apanhou o telefone e ligou pra Gina.
~*~
-Então, Harry, como anda seu relacionamento com a minha chefe?
-Melhor impossível! Gina, aquela é a mulher da minha vida!
-Não acha que é melhor se resguardar um pouco? Vocês estão juntos não faz uma semana.
-Quem te viu e quem te vê... Vivia dizendo que a vida é uma só, que não devemos deixar as oportunidades passarem. Agora, fica aí, toda prudente.
-Bom, você é quem sabe. Apenas tenha consciência de que está se arriscando.
-Gina, o que é a vida sem riscos?
~*~
Algumas horas mais tarde, Pansy e Gina se sentavam a uma mesa num requintado restaurante de Hogsmeade, o tipo de lugar onde os alunos de Hogwarts não costumam ir em suas visitas ao vilarejo. Tinham acabado de sentar e receber o menu quando uma voz masculina se fez ouvir, próxima a elas.
-Que coincidência encontrá-las aqui. Como vão, srtas?
-Coincidência demais, Malfoy... Dá até pra desconfiar. – respondeu Gina, olhando de esguelha pra Pansy, que, lia o cardápio com tal atenção que era como se tentasse descobrir alguma mensagem oculta ali.
-Desconfiar de quê? Acha que eu a segui até aqui?
Um toque de telefone interrompeu a conversa. Pansy tirou o aparelhinho da bolsa, pediu licença e levantou da mesa.
-Você pediu a ela pra armar isso. – disse Gina, indicando a chefe com a cabeça.
-Claro que não.
-Não foi uma pergunta.
-Você é petulante, hein, Ruiva? – ele se sentou, sem ser convidado.
-E você é um dissimulado. – ela não podia evitar aquele quase sorriso que teimava em surgir em seus lábios – Pra que apareceu aqui?
-Queria te ver outra vez, mas a Pans não quis me dar seu telefone. Disse que seria antiético.
-Seria mesmo.
Pansy voltou à mesa, apanhou a bolsa e guardou o celular.
-Gina, me perdoe, mas vou ter que cancelar o almoço. Eu tenho que voltar pro ateliê agora.
-Tudo bem, não era realmente um almoço de negócios, não é?
A morena fez uma ligeira careta.
-Ai, me perdoe por isso também... Eu disse a ele que era uma idéia idiota.
-Não disse, não.
-Bom, devia ter dito. Tchau, Gina. E você, Draco Malfoy, - ela se abaixou e cochichou em seu ouvido, de modo que ninguém, além de Gina, ouvisse – comporte-se! Lembre-se que está num lugar público e teoricamente, é meu noivo.
Ela saiu logo em seguida, deixando pra trás uma ruiva muito intrigada.
-Desculpe-me, Malfoy, mas não pude deixar de ouvir o que a Pansy disse.
-Que parte?
-‘Teoricamente, é meu noivo’.
-Nossa, logo essa parte! Ela não costuma fazer esse tipo de coisa, acho que queria que você ouvisse.
-Sinceramente, sobre vocês eu já vi e ouvi muita coisa. Não sei exatamente no que acreditar. Pansy parece uma boa pessoa e, no entanto...
-O que?
-Ela está saindo com... outra pessoa. – Gina resolveu não dizer quem era. Pra começo de conversa, nem devia ter contado aquilo ao Malfoy, mas saíra antes que ela se desse conta.
-Com o Potter, eu sei. – ele moveu discretamente a varinha, por baixo da mesa, isolando aquele espaço de ouvidos curiosos.
-E isso não incomoda você?
-Pansy e eu somos noivos apenas na aparência. Não sentimos nada pelo outro, além de uma profunda amizade. Mas nossos pais não sabem disso. E não vão gostar nem um pouco quando souberem. Um amigo em comum nos alertou que isso podia ocorrer.
-O que?
-Que acabaríamos nos apaixonando por outras pessoas. – a resposta escapou antes que Draco pudesse avaliar o que ia dizer. A expressão de Gina se descontraiu um pouco, mas ela não chegou a sorrir. O louro por sua vez, tinha vontade de se esconder sobre a mesa. Sabia que tinha que dizer alguma coisa, pra tentar consertar o mau-entendido, mas nada tornaria a situação melhor.
-Agora você me deixou sem palavras.
-Eu não... quis dizer que eu... entende? É que...
-Não gagueje, Draco.
-Me chamando pelo primeiro nome, agora?
-É um problema?
-De forma alguma. Então, Ginevra, posso levá-la pra jantar? – ele caprichou no tom de voz, baixo, meio rouco, daqueles que arrepiam os cabelos da nuca.
-Eu não sei. – ela parecia sincera – Talvez seja melhor que você me esqueça.
-Impossível. – Draco não se deu conta do que ia falar até que falou. E só percebeu a dimensão de suas palavras quando a viu erguer as sobrancelhas e um quase sorriso surgir em seus lábios.
-Me acha inesquecível, Draco? – era impressionante como seu nome parecia mais bonito quando saía daqueles lábios, constatou o louro, desviando o olhar. Ela continuou falando, seu tom deixava transparecer como estava satisfeita – Interessante. Devia ter dito isso antes de armar toda essa situação.
-Teria feito diferença?
-Muita.
-Detecto um certo interesse de sua parte? – os olhos de alguém nunca expressaram tanta malícia quanto os olhos de Draco naquele momento.
-Bom, seria até uma grosseria não demonstrar interesse depois de saber que me acha inesquecível...
-Não fosse por essa mesa entre nós dois, eu a beijaria.
A resposta da ruiva não poderia ser mais ousada:
-Não tem muitas mesas no meu apartamento...
~*10 minutos depois*~
Draco e Gina se agarravam alucinadamente na sala de estar do apartamento dela. Depois da resposta cheia de segundas intenções da moça, os dois saíram do restaurante. Separados, mas ela tomara o cuidado de lhe dar seu endereço. Chegaram ao local com segundos de diferença. Não trocaram uma só palavra, isso não parecia necessário.
O louro mergulhou as mãos naqueles cabelos, sentindo a maciez dos fios. Desceu lentamente, puxando-a pra mais perto pela cintura. Sentiu as delicadas mãos procurando os botões de sua camisa e se afastou um pouco, apenas para lhe dar algum espaço.
Logo, seu paletó e sua camisa jaziam sobre o sofá, enquanto os dois se dirigiam, aos tropeços, para o quarto de Gina.
~*Dia seguinte*~
Draco acordou lentamente, estranhando o ambiente. Aos poucos, as lembranças da tarde e da noite anterior lhe vieram à mente, fazendo-o desejar repetir tudo outra vez. A ruiva dormia a seu lado, os cabelos espalhados pelo travesseiro, a mão delicada sobre seu peito. Um sorriso lento curvou seus lábios. E pensar que aquele anjo tinha lhe despertado tanta paixão... Afastou uma mecha dos cabelos ruivos que lhe caía sobre o rosto apenas para observá-la melhor. Os cabelos brilhavam quando o sol batia neles.
“Brilha como um rubi... Mas o sol não devia estar tão forte pela manhã.”, pensava, enquanto se virava pra consultar o relógio sobre o criado-mudo: 13:42.
-Quê?! Não pode ser tão tarde assim!
-O que? – perguntou a ruiva sonolenta, a seu lado – Que horas são?
-Quase duas da tarde. – “Mas e daí?”, pensou. Isso não parecia tão importante, afinal Gina estava acordando e piscava aqueles olhos preguiçosamente.
-QUÊ?!?! Meu Deus, o que eu tinha pra fazer hoje? – ela tentava desesperadamente se lembrar de seus compromissos profissionais.
-Bom, felizmente eu tenho uma maneira muito simples de saber dos meus compromissos. – ele pegou o celular e o ligou. Alguns segundos depois, chegaram nada menos que 7 mensagens de texto e um símbolo no visor indicava que tinha recados na caixa postal.
-Parece que alguém é bem requisitado...
-Minha secretária tá me procurando. – ele não tinha checado todas as mensagens quando o telefone começou a tocar – Alô?
-Sr. Malfoy, enfim o encontrei! Seu pai está na empresa desde cedo e quer saber onde o senhor está!
-Meu pai tá aí? O que ele foi fazer?
-Com todo respeito, senhor, mas seu pai veio aqui para aterrorizar os funcionários! Ele está percorrendo todos os departamentos da empresa, distribuindo broncas e soltando farpas!
-Ele perguntou por mim? – perguntou o outro, já sabendo a resposta.
-Lógico! Faz isso a cada 30 minutos desde que chegou. Eu posso localizá-lo rapidamente e...
-Não! Nem pensar, Beatrice! Avise a ele que eu vou passar o dia com a minha garota. – disse, encarando Gina, que sorriu.
-Tem certeza, senhor?
-Tenho. Não volto pra empresa hoje, remarque meus compromissos, por favor.
-Está bem, senhor. - “Ele tá aprontando alguma... É melhor avisar logo ao senhor Lucius Malfoy que o filho dele não vem trabalhar hoje.”
Mal desligou o telefone, Draco sentiu as mãos de Gina lhe abraçando pela cintura e virou o rosto na direção dela.
-Está com problemas? – perguntou a ruiva, preocupada.
-Não, só meu pai me vigiando como sempre. Não se preocupe com isso.
-Tem certeza de que não é nada sério?
-Tenho. – ele virou-se na direção dela e acariciou seu rosto – O que quer fazer hoje? Estou à sua inteira disposição.
-E não é que, assim, de repente, o imponente Draco Malfoy sucumbe aos encantos de uma Weasley... – disse Gina, levantando da cama vestida com seu robe de seda. A moça piscou pra ele, marota, e entrou no banheiro. Draco se jogou de costas na cama, absolutamente relaxado. Tinha um sorriso nos lábios e os olhos estavam num tom mais claro daquele azul-acinzentado que a natureza criara especialmente pra ele. Havia quem achasse que a cor se alterava de acordo com seu humor, mas pra ele isso era bobagem.
Bom, se ele tivesse visto a cor de seus olhos naquele momento, perceberia que havia um fundo de verdade naquela história...
~*Noite de 5ª feira, apto de Harry Potter*~
-Tá sabendo da novidade? – perguntou Pansy, aconchegando-se mais no namorado.
-Qual? Draco e Gina?
-É. Esquisito, né?
-Tanto quanto “Harry e Pansy”. – ele arrumou melhor os cobertores sobre os dois. Estavam na sala do apartamento dele, assistindo televisão – Mas ninguém pode dizer que não dará certo.
-Eu não sei, Draco tem o gênio forte e acho que a Gina também... eles podem viver brigando.
-Você fala como se fosse a ganhadora do Nobel da paz...
-O que você quer dizer com isso?! – perguntou a morena, já alteando a voz e virando pra ele.
-Que você também é uma esquentadinha! – ele a puxou pra mais perto e lhe deu um beijinho na ponta do nariz. Ela fez um muxoxo.
-Ah, não enche!
-Resmungona! – ela lhe mostrou a língua em resposta, fazendo-o rir – Vai dormir aqui hoje?
-Pode ser...
-E amanhã? – ele lhe beijou o pescoço.
-Não posso. Vou pro interior com meus pais.
-Parece aborrecida.
-Passar o fim de semana inteiro enfurnada na casa de campo, sem nada pra fazer... E minha mãe tem andado muito estranha ultimamente, acho que tá armando alguma coisa.
-Tipo um casamento surpresa? – brincou o moreno.
-Ela não seria tão maluca! – ela ficou séria – Eu vou falar com eles, Harry. Nesse fim-de-semana. Vou acabar com esse noivado falso de uma vez! Segunda vou estar oficialmente solteira! Prometo! – ela cruzou dois dedos em frente aos lábios, selando a promessa como uma criança.
-Tá, aí você vai ter bastante tempo pra planejar seu casamento comigo.
-Que horror, estamos juntos não faz uma semana...
-Eu não tenho nada contra casamentos. Eu quero te ver linda, vestida de noiva, entrando pela nave de braço dado com seu pai. Só que serei eu que vou estar te esperando no altar.
-Não leve a mal, mas estou noiva há tempo demais. Quero um pouco de solteirice pra variar. Uns 5 ou 6 anos só de diversão. Aí, posso começar a pensar em casamento.
-Sei, vai ficar me enrolando por anos, né? Essas mulheres sem coração... – brincou ele, como se fosse uma noiva abandonada.
-Pára de falar besteira, Harry.
-E se eu não parar?
-Te calo à força. – disse a morena, roubando um apaixonado beijo.
Status: Concluída
Tipo: Romance -
Pairings/Characters: Draco/Gina; Harry/Pansy
Censura: G - Fanfic Livre
Cap 5: Amores, Amores
~*Ateliê da Diamond, 3ª feira, 10 da manhã*~
Pansy trabalhava no vestido encomendado pela primeira dama, Ângela Scrimgeour. Aquela estava sendo uma semana maravilhosa. O ritmo de trabalho aumentara com o pedido de peças exclusivas. O lançamento da coleção fora fantástico. Sua idéia de diversificar e colocar na passarela não apenas modelos agradara a todos. O resultado se mostrara nas vendas: as roupas da Diamond estavam sempre sumindo das prateleiras tamanha a procura pelas peças.
No campo pessoal, tudo ia às mil maravilhas. Se acertara com Harry na noite do lançamento da Firebolt Thunder. Conversavam por telefone todos dias. Tudo bem que o lançamento fora na sexta feira, e que aquele pseudo-namoro não tinha sequer uma semana, mas ela estava tão feliz que não se importava de fantasiar que duraria pra sempre.
Sua concentração foi desviada quando ouviu o toque do telefone. Era Draco, novamente.
-Oi Draco.
-Oi. Posso dar uma passada aí?
-Claro. Só me adianta o motivo.
-Você sabe o motivo...
-Querido, sabe que eu não posso te dar o telefone e, muito menos, o endereço da Gina. Isso seria ilegal. E antiético.
-Pans, eu não vou fazer mal à ela! Eu só quero conversar, trocar umas idéias.
-Idéias...? Draco, você quer seduzir a moça!
-E isso é crime?
-Seu descarado! – respondeu Pansy, rindo – Eu não vou colocar minha modelo mais promissora nas suas mãos, não!
-Poxa, te dei cobertura na festa. Devia ter contado pro seu pai que você foi dormir na casa do Cabeção... - resmungou o louro, como uma criança fazendo chantagem.
-Olha, o máximo que eu posso fazer é juntar vocês casualmente. Que tal?
-E como seria isso?
-Posso convidar a Gina pra almoçar. Invento que vamos falar dos próximos desfiles e você aparece, assim, coincidentemente.
-É, isso pode funcionar... E o melhor é que ela não desconfiaria de nada, pois tem a melhor patroa do mundo!
-Não precisa me bajular, bobo. Então, tá combinado. Quando eu marcar com a Gina, eu te aviso.
-Não dá pra ser hoje?
-Hoje?! Mas e se ela já tiver algum compromisso?
-Tem que ser essa semana ainda, Pans! - disse Draco, em tom meio urgente.
-Por que?
-Meu pai decidiu me arrastar pra casa do interior no fim de semana. E na próxima segunda, eu vou pra Barcelona.
-Ah é. Bom, então vou tentar marcar pra essa semana.
-Pra hoje!!
-Ai, tá bom, seu chato! Mas não tô prometendo nada.
Desligou o telefone após as despedidas, divertindo-se com o interesse do amigo na ruiva. “E pensar que eram inimigos na escola... Como o mundo dá voltas...”. Ela mesma não estava apaixonada por um antigo desafeto? E aparentemente, Malfoy também se rendera aos encantos dos grifinórios. Rindo da grande ironia da vida, apanhou o telefone e ligou pra Gina.
~*~
-Então, Harry, como anda seu relacionamento com a minha chefe?
-Melhor impossível! Gina, aquela é a mulher da minha vida!
-Não acha que é melhor se resguardar um pouco? Vocês estão juntos não faz uma semana.
-Quem te viu e quem te vê... Vivia dizendo que a vida é uma só, que não devemos deixar as oportunidades passarem. Agora, fica aí, toda prudente.
-Bom, você é quem sabe. Apenas tenha consciência de que está se arriscando.
-Gina, o que é a vida sem riscos?
~*~
Algumas horas mais tarde, Pansy e Gina se sentavam a uma mesa num requintado restaurante de Hogsmeade, o tipo de lugar onde os alunos de Hogwarts não costumam ir em suas visitas ao vilarejo. Tinham acabado de sentar e receber o menu quando uma voz masculina se fez ouvir, próxima a elas.
-Que coincidência encontrá-las aqui. Como vão, srtas?
-Coincidência demais, Malfoy... Dá até pra desconfiar. – respondeu Gina, olhando de esguelha pra Pansy, que, lia o cardápio com tal atenção que era como se tentasse descobrir alguma mensagem oculta ali.
-Desconfiar de quê? Acha que eu a segui até aqui?
Um toque de telefone interrompeu a conversa. Pansy tirou o aparelhinho da bolsa, pediu licença e levantou da mesa.
-Você pediu a ela pra armar isso. – disse Gina, indicando a chefe com a cabeça.
-Claro que não.
-Não foi uma pergunta.
-Você é petulante, hein, Ruiva? – ele se sentou, sem ser convidado.
-E você é um dissimulado. – ela não podia evitar aquele quase sorriso que teimava em surgir em seus lábios – Pra que apareceu aqui?
-Queria te ver outra vez, mas a Pans não quis me dar seu telefone. Disse que seria antiético.
-Seria mesmo.
Pansy voltou à mesa, apanhou a bolsa e guardou o celular.
-Gina, me perdoe, mas vou ter que cancelar o almoço. Eu tenho que voltar pro ateliê agora.
-Tudo bem, não era realmente um almoço de negócios, não é?
A morena fez uma ligeira careta.
-Ai, me perdoe por isso também... Eu disse a ele que era uma idéia idiota.
-Não disse, não.
-Bom, devia ter dito. Tchau, Gina. E você, Draco Malfoy, - ela se abaixou e cochichou em seu ouvido, de modo que ninguém, além de Gina, ouvisse – comporte-se! Lembre-se que está num lugar público e teoricamente, é meu noivo.
Ela saiu logo em seguida, deixando pra trás uma ruiva muito intrigada.
-Desculpe-me, Malfoy, mas não pude deixar de ouvir o que a Pansy disse.
-Que parte?
-‘Teoricamente, é meu noivo’.
-Nossa, logo essa parte! Ela não costuma fazer esse tipo de coisa, acho que queria que você ouvisse.
-Sinceramente, sobre vocês eu já vi e ouvi muita coisa. Não sei exatamente no que acreditar. Pansy parece uma boa pessoa e, no entanto...
-O que?
-Ela está saindo com... outra pessoa. – Gina resolveu não dizer quem era. Pra começo de conversa, nem devia ter contado aquilo ao Malfoy, mas saíra antes que ela se desse conta.
-Com o Potter, eu sei. – ele moveu discretamente a varinha, por baixo da mesa, isolando aquele espaço de ouvidos curiosos.
-E isso não incomoda você?
-Pansy e eu somos noivos apenas na aparência. Não sentimos nada pelo outro, além de uma profunda amizade. Mas nossos pais não sabem disso. E não vão gostar nem um pouco quando souberem. Um amigo em comum nos alertou que isso podia ocorrer.
-O que?
-Que acabaríamos nos apaixonando por outras pessoas. – a resposta escapou antes que Draco pudesse avaliar o que ia dizer. A expressão de Gina se descontraiu um pouco, mas ela não chegou a sorrir. O louro por sua vez, tinha vontade de se esconder sobre a mesa. Sabia que tinha que dizer alguma coisa, pra tentar consertar o mau-entendido, mas nada tornaria a situação melhor.
-Agora você me deixou sem palavras.
-Eu não... quis dizer que eu... entende? É que...
-Não gagueje, Draco.
-Me chamando pelo primeiro nome, agora?
-É um problema?
-De forma alguma. Então, Ginevra, posso levá-la pra jantar? – ele caprichou no tom de voz, baixo, meio rouco, daqueles que arrepiam os cabelos da nuca.
-Eu não sei. – ela parecia sincera – Talvez seja melhor que você me esqueça.
-Impossível. – Draco não se deu conta do que ia falar até que falou. E só percebeu a dimensão de suas palavras quando a viu erguer as sobrancelhas e um quase sorriso surgir em seus lábios.
-Me acha inesquecível, Draco? – era impressionante como seu nome parecia mais bonito quando saía daqueles lábios, constatou o louro, desviando o olhar. Ela continuou falando, seu tom deixava transparecer como estava satisfeita – Interessante. Devia ter dito isso antes de armar toda essa situação.
-Teria feito diferença?
-Muita.
-Detecto um certo interesse de sua parte? – os olhos de alguém nunca expressaram tanta malícia quanto os olhos de Draco naquele momento.
-Bom, seria até uma grosseria não demonstrar interesse depois de saber que me acha inesquecível...
-Não fosse por essa mesa entre nós dois, eu a beijaria.
A resposta da ruiva não poderia ser mais ousada:
-Não tem muitas mesas no meu apartamento...
~*10 minutos depois*~
Draco e Gina se agarravam alucinadamente na sala de estar do apartamento dela. Depois da resposta cheia de segundas intenções da moça, os dois saíram do restaurante. Separados, mas ela tomara o cuidado de lhe dar seu endereço. Chegaram ao local com segundos de diferença. Não trocaram uma só palavra, isso não parecia necessário.
O louro mergulhou as mãos naqueles cabelos, sentindo a maciez dos fios. Desceu lentamente, puxando-a pra mais perto pela cintura. Sentiu as delicadas mãos procurando os botões de sua camisa e se afastou um pouco, apenas para lhe dar algum espaço.
Logo, seu paletó e sua camisa jaziam sobre o sofá, enquanto os dois se dirigiam, aos tropeços, para o quarto de Gina.
~*Dia seguinte*~
Draco acordou lentamente, estranhando o ambiente. Aos poucos, as lembranças da tarde e da noite anterior lhe vieram à mente, fazendo-o desejar repetir tudo outra vez. A ruiva dormia a seu lado, os cabelos espalhados pelo travesseiro, a mão delicada sobre seu peito. Um sorriso lento curvou seus lábios. E pensar que aquele anjo tinha lhe despertado tanta paixão... Afastou uma mecha dos cabelos ruivos que lhe caía sobre o rosto apenas para observá-la melhor. Os cabelos brilhavam quando o sol batia neles.
“Brilha como um rubi... Mas o sol não devia estar tão forte pela manhã.”, pensava, enquanto se virava pra consultar o relógio sobre o criado-mudo: 13:42.
-Quê?! Não pode ser tão tarde assim!
-O que? – perguntou a ruiva sonolenta, a seu lado – Que horas são?
-Quase duas da tarde. – “Mas e daí?”, pensou. Isso não parecia tão importante, afinal Gina estava acordando e piscava aqueles olhos preguiçosamente.
-QUÊ?!?! Meu Deus, o que eu tinha pra fazer hoje? – ela tentava desesperadamente se lembrar de seus compromissos profissionais.
-Bom, felizmente eu tenho uma maneira muito simples de saber dos meus compromissos. – ele pegou o celular e o ligou. Alguns segundos depois, chegaram nada menos que 7 mensagens de texto e um símbolo no visor indicava que tinha recados na caixa postal.
-Parece que alguém é bem requisitado...
-Minha secretária tá me procurando. – ele não tinha checado todas as mensagens quando o telefone começou a tocar – Alô?
-Sr. Malfoy, enfim o encontrei! Seu pai está na empresa desde cedo e quer saber onde o senhor está!
-Meu pai tá aí? O que ele foi fazer?
-Com todo respeito, senhor, mas seu pai veio aqui para aterrorizar os funcionários! Ele está percorrendo todos os departamentos da empresa, distribuindo broncas e soltando farpas!
-Ele perguntou por mim? – perguntou o outro, já sabendo a resposta.
-Lógico! Faz isso a cada 30 minutos desde que chegou. Eu posso localizá-lo rapidamente e...
-Não! Nem pensar, Beatrice! Avise a ele que eu vou passar o dia com a minha garota. – disse, encarando Gina, que sorriu.
-Tem certeza, senhor?
-Tenho. Não volto pra empresa hoje, remarque meus compromissos, por favor.
-Está bem, senhor. - “Ele tá aprontando alguma... É melhor avisar logo ao senhor Lucius Malfoy que o filho dele não vem trabalhar hoje.”
Mal desligou o telefone, Draco sentiu as mãos de Gina lhe abraçando pela cintura e virou o rosto na direção dela.
-Está com problemas? – perguntou a ruiva, preocupada.
-Não, só meu pai me vigiando como sempre. Não se preocupe com isso.
-Tem certeza de que não é nada sério?
-Tenho. – ele virou-se na direção dela e acariciou seu rosto – O que quer fazer hoje? Estou à sua inteira disposição.
-E não é que, assim, de repente, o imponente Draco Malfoy sucumbe aos encantos de uma Weasley... – disse Gina, levantando da cama vestida com seu robe de seda. A moça piscou pra ele, marota, e entrou no banheiro. Draco se jogou de costas na cama, absolutamente relaxado. Tinha um sorriso nos lábios e os olhos estavam num tom mais claro daquele azul-acinzentado que a natureza criara especialmente pra ele. Havia quem achasse que a cor se alterava de acordo com seu humor, mas pra ele isso era bobagem.
Bom, se ele tivesse visto a cor de seus olhos naquele momento, perceberia que havia um fundo de verdade naquela história...
~*Noite de 5ª feira, apto de Harry Potter*~
-Tá sabendo da novidade? – perguntou Pansy, aconchegando-se mais no namorado.
-Qual? Draco e Gina?
-É. Esquisito, né?
-Tanto quanto “Harry e Pansy”. – ele arrumou melhor os cobertores sobre os dois. Estavam na sala do apartamento dele, assistindo televisão – Mas ninguém pode dizer que não dará certo.
-Eu não sei, Draco tem o gênio forte e acho que a Gina também... eles podem viver brigando.
-Você fala como se fosse a ganhadora do Nobel da paz...
-O que você quer dizer com isso?! – perguntou a morena, já alteando a voz e virando pra ele.
-Que você também é uma esquentadinha! – ele a puxou pra mais perto e lhe deu um beijinho na ponta do nariz. Ela fez um muxoxo.
-Ah, não enche!
-Resmungona! – ela lhe mostrou a língua em resposta, fazendo-o rir – Vai dormir aqui hoje?
-Pode ser...
-E amanhã? – ele lhe beijou o pescoço.
-Não posso. Vou pro interior com meus pais.
-Parece aborrecida.
-Passar o fim de semana inteiro enfurnada na casa de campo, sem nada pra fazer... E minha mãe tem andado muito estranha ultimamente, acho que tá armando alguma coisa.
-Tipo um casamento surpresa? – brincou o moreno.
-Ela não seria tão maluca! – ela ficou séria – Eu vou falar com eles, Harry. Nesse fim-de-semana. Vou acabar com esse noivado falso de uma vez! Segunda vou estar oficialmente solteira! Prometo! – ela cruzou dois dedos em frente aos lábios, selando a promessa como uma criança.
-Tá, aí você vai ter bastante tempo pra planejar seu casamento comigo.
-Que horror, estamos juntos não faz uma semana...
-Eu não tenho nada contra casamentos. Eu quero te ver linda, vestida de noiva, entrando pela nave de braço dado com seu pai. Só que serei eu que vou estar te esperando no altar.
-Não leve a mal, mas estou noiva há tempo demais. Quero um pouco de solteirice pra variar. Uns 5 ou 6 anos só de diversão. Aí, posso começar a pensar em casamento.
-Sei, vai ficar me enrolando por anos, né? Essas mulheres sem coração... – brincou ele, como se fosse uma noiva abandonada.
-Pára de falar besteira, Harry.
-E se eu não parar?
-Te calo à força. – disse a morena, roubando um apaixonado beijo.
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